O primeiro dos quatro dias de greve dos trabalhadores dos transportes urbanos de Faro (Próximo) registou hoje uma adesão de quase 80%, segundo o sindicato, e de 57,5%, de acordo com a empresa.
“Cerca de 80% dos trabalhadores aderiam ao primeiro dia de greve, que dura até sexta-feira caso a administração não queria negociar”, afirmou hoje à Lusa o coordenador regional no Algarve do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP).
Paulo Afonso falava em Faro à margem de um plenário com trabalhadores do grupo EVA junto às instalações da empresa – da qual faz parte a PXM (Próximo) Transportes Urbanos de Faro – e revelou que “nada ficou decidido” na reunião já que os trabalhadores ainda “aguardam por uma reposta” da empresa às suas reivindicações.
“Caso até sexta-feira a empresa nada diga, vamos decidir novas formas de luta e de certeza que eles vão querer continuar a luta”, assumiu.
O sindicalista adiantou que ainda não tiveram qualquer resposta da PXM e realçou que a empresa “não está a negociar nem com os trabalhadores nem com os seus representantes”.
Apontou também que caso haja “alguma aproximação” da empresa às reivindicações dos trabalhadores ou ao sindicato a greve “poderá terminar”, já que os quatro dias marcados “dependem sempre de a administração querer ou não negociar”.
Fonte da empresa revelou à Lusa que neste primeiro dia apenas “23 dos 40 motoristas estão em greve”, o que representa “57,5% de adesão”.
Nesta greve, os motoristas reivindicam um aumento do salário base para os 750 euros, a revisão do tempo máximo de descanso de três para duas horas, a reposição das escalas de serviço e a integração total do subsídio do agente único no salário.
Os trabalhadores também “querem ver integrada no salário a totalidade do subsídio do agente único e não apenas 5% dos 25% da hora normal de trabalho”, precisou o sindicalista, esclarecendo que em causa está “um subsídio que os motoristas recebem por compensação pela cobrança de bilhetes, desde que foram extintos os cobradores bilheteiros”, apontou o sindicalista.
A paralisação visa também exigir que o período máximo de “descanso não remunerado seja reduzido de três para duas horas, bem como a reposição das escalas com apenas duas horas de descanso máximo.