Nesta quadra natalícia, as famílias portuguesas reúnem-se e partilham momentos de grande cumplicidade. Sempre que existem crianças, há mais magia no ar. Sem elas, o Natal não tem a mesma cor, as mesmas luzes, os mesmos sabores. A sua ingenuidade é maravilhosa e traz luz e vida às celebrações. Naturalmente, a crença no Pai Natal torna o momento de abertura dos presentes em algo de verdadeiramente encantador.
Esta personalidade merece ser destacada entre as figuras mais emblemáticas. Conheça um pouco mais sobre a história do Pai Natal.
Origem do Pai Natal: quem foi D. Nicolau?
Muitas pessoas desconhecem a verdadeira origem do Pai Natal. Por isso, iremos revelar a todos os interessados como tudo começou. Seguramente que irá compreender melhor, porque faz sentido dar presentes, especialmente às crianças.
Embora a origem do Natal remonte ao nascimento de Jesus Cristo, a figura que inspirou a criação do Pai Natal que conhecemos hoje é ainda mais antiga. Foi no ano de 280 a.C. que viveu uma personalidade inspiradora de nome Nicolau.
O percurso de vida deste bispo foi singular. Este homem religioso tinha o hábito de ajudar os mais necessitados. Nicolau oferecia-lhes dinheiro de modo anónimo. Este homem generoso deixava como presente sacos de moedas. Ele colocava essas ofertas junto das chaminés das casas das pessoas que queria ajudar.
Idade Média
Mais tarde, na Idade Média, o bispo foi consagrado como São Nicolau em reconhecimento das boas ações que realizou durante a sua vida. Portanto, esta figura carismática está na origem da personagem do Pai Natal, que ainda hoje conhecemos.
Foi na Alemanha que surgiu a figura do Pai Natal. Nesta época, alguns dos estudiosos alemães que se dedicavam aos santos associaram a imagem de São Nicolau ao Natal. Neste país, foi criada a personalidade amável que é adorada pelas crianças. O arcebispo inspirou o Pai Natal que se tornou numa lenda amada em todo o mundo.
O nascimento da lenda
No ano de 1822, Clemente Clark Moore escreveu um poema que concedia protagonismo a São Nicolau. São Nicolau foi descrito neste poema de um professor em Nova Iorque, como um homem que viajava num trenó puxado por renas. Ora, neste texto, foram apresentadas as características que hoje se associam ao Pai Natal.
Com estas características, o Pai Natal foi adquirindo forma. Conhecia-se assim uma figura carismática que ganhou força. Esta lenda natalícia consistia num homem simpático de idade avançada, um velhinho de barbas brancas.
Supostamente, na noite de Natal, esta figura percorre o mundo com o objetivo de deixar nas chaminés presentes. No entanto, só o fazia para as crianças que realizassem boas ações ao longo do ano.
Vestimenta
É possível encontrar as primeiras aparições desta personagem em ilustrações de meados do século XIX. Contudo, a imagem do Pai Natal variou constantemente até aos anos 30 do século XX. Por vezes era rechonchuda, outras vezes não.
Havia várias características que mudavam consoante a visão do artista que retratava o Pai Natal. Ele podia ser apresentado como um homem alto e magro ou usar indumentárias muito diferentes.
O Pai Natal não foi sempre das cores pelas quais hoje é reconhecido: vermelho e branco. Até quase ao final do século XIX, esta figura era representada noutras cores, nomeadamente castanha ou verde-escura. Com o tempo, esta figura adquiriu novas características.
Thomas Nast criou uma imagem do Pai Natal muito semelhante àquela que hoje é reconhecida mundialmente. Foi no ano de 1863 que este cartoonista americano apresentou essa figura. No entanto, a versão final desta figura só surgiu muitos anos mais tarde, tudo devido a um golpe de marketing.
Novas cores
O Pai Natal surgiu num anúncio da Coca‑Cola em 1920. Essa foi a primeira vez que a marca de refrigerantes usou a imagem desta personalidade. A imagem da figura natalícia surgiu numa ilustração publicada no The Saturday Evening Post. O ilustrador Thomas Nast
retratou o primeiro Pai Natal com uma aparência séria.
A Coca‑Cola usou desenhos desta personagem ao longo de vários anos. Os desenhos foram desenvolvidos por outros ilustradores em diferentes publicidades criadas pela marca americana.
No entanto, foi uma campanha publicitária da marca Coca-Cola que introduziu uma alteração significativa nesta figura emblemática da quadra natalícia. Haddon Sundblom foi contratado a pedido da D’Arcy, agência de publicidade da Coca‑Cola.
Esta marca americana de refrigerantes visava criar uma campanha de Natal especial, em 1931. Nesse ano, o ilustrador tratou de conjugar o real e o imaginário numa ação de marketing que visava evidenciar as qualidades da empresa americana. O objetivo era personificar o espírito natalício e a felicidade gerada pela bebida Coca‑Cola.
Curiosamente, o ilustrador, para criar esta figura, inspirou-se no poema “A Visit From St. Nicholas”, de Clement Clark Moore. Posteriormente, ele desenhou anualmente o Pai Natal para a Coca‑Cola, até 1964, embora se tenham criado mais peças com base no trabalho de Sundblom em anos posteriores.
Num contexto em que a figura do Pai Natal já era a de um senhor velhinho, com barbas, bondoso, a marca apresentou a figura com as suas cores. No imaginário popular dos americanos, já há muito conhecia se esta personalidade, um homem que entrega presentes em casas de todo o mundo.
A campanha publicitária apresentou uma nova imagem. O Pai Natal da Coca Cola acaba por ter um alcance verdadeiramente mundial. Desta forma, esta ação de marketing permitiu imortalizar a imagem, tornando a figura carismática, como um mito global, hoje reconhecida em todo o planeta. Foi esta marca de bebidas que apresentou a imagem definitiva do Pai Natal, há mais de um século…
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