O presidente da Câmara de Albufeira classificou esta quinta-feira como “muito positiva” a atratividade gerada pela exposição subaquática com peças do artista Vhils, que foi inaugurada em setembro de 2023 ao largo da costa algarvia.
José Carlos Rolo disse à agência Lusa que “há muita procura” para fazer mergulho na primeira mostra artística subaquática criada em Portugal e destacou a importância que o espaço está também a ter para a biodiversidade, constituindo-se com um “complemento” do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve – Pedra do Valado, que Albufeira partilha com os municípios de Silves e Lagoa.
“Há muita procura, ainda há dias esteve aqui uma senhora, no âmbito da UNESCO [Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura], a fazer uma visita ao Geoparque [Algarvensis], ela soube que havia ali aquilo, manifestou interesse em lá ir, organizámos uma ida de mergulho e a senhora ficou maravilhada com aquilo que viu”, exemplificou o autarca algarvio.
O presidente da Câmara de Albufeira considerou que, desde a sua criação, o projeto “tem corrido muito bem”, mas sem precisar números relativos à atividade de visitas à área expositiva subaquática, que conta com uma dezena de peças de Vhils, ao largo de Albufeira, no distrito de Faro, que foi criada no âmbito da intervenção artística EDP Art Reef.
Estes resultados positivos estão a ser atingidos “independentemente de haver um problema com uma peça que se deslocou um bocado por causa das correntes, mas que está a ser reposta” e não tem causado problemas, assegurou o autarca.
Ao ser questionado se o município estava satisfeito com a instalação deste projeto, numa área de 150 metros, a cerca de duas milhas da costa de Albufeira, José Carlos Rolo respondeu “muito” e contou que a exposição subaquática foi alvo de um trabalho publicado pela revista norte-americana Time, que a classificou “como um destino importantíssimos para os turistas visitarem, o que é muito bom” para o concelho, considerou.
A exposição subaquática e a reserva marinha da Pedra do Valado “são complemento uma da outra” e um fator importante para a biodiversidade da zona.
“[A área onde estão as obras de Vhils] Não deixa de ser um recife na mesma. Independentemente de ser para mergulho e ser para exploração das pessoas, não deixa de ser uma fonte de biodiversidade”, acrescentou.
José Carlos Rolo adiantou que o município pretende agora realizar “uma reportagem fotográfica e filmagens” do espaço, “para ter documentação gradual, ao longo do tempo, até para ver a evolução das espécies”.
“Há lá muito peixe, porque os peixes aproveitam o espaço como um refúgio, como uma maternidade”, justificou.
A intervenção artística EDP Art Reef é um percurso ao longo das várias peças instaladas naquele espaço, que conta uma história que se vai desenrolando com vários elementos e profundidades, havendo até peças com as quais se pode interagir, revelou o artista por ocasião da inauguração da instalação subaquática, a 19 de setembro de 2023.
As peças, que são apenas visitáveis através da prática de mergulho qualificado, foram pensadas de forma a permitir a passagem da fauna local, tendo sido implantados corais vivos resgatados e conservados em cativeiro na sua base.
O local da exposição está a ser monitorizado e assim permanecerá ao longo dos próximos anos, estando disponível para o estudo científico e ambiental, além das suas vertentes culturais e de consciencialização.
O EDP Art Reef foi desenvolvido com o apoio de entidades como a Câmara de Albufeira, o Turismo de Portugal e o Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, validado pela Direção-Geral de Recursos Naturais e a Agência Portuguesa do Ambiente e licenciado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pela Autoridade Marítima Nacional
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