A contaminação das águas balneares representa um sério risco para a saúde pública, expondo os banhistas a doenças infecciosas, como gastroenterites e infeções cutâneas, causadas por bactérias como a Escherichia coli. A presença destes microrganismos patogénicos nas águas indica a existência de poluição, muitas vezes resultante de esgotos não tratados, o que torna essencial a monitorização rigorosa e a rápida intervenção para garantir a segurança das zonas balneares. Esta terça-feira, 20 de agosto, foram interditadas duas praias do Algarve, como cita a Executive Digest.
As praias da Fuseta-Ria e Armação de Pera foram interditadas a banhos, de acordo com um alerta emitido esta terça-feira, 20 de agosto, pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Nas praias localizadas nos concelhos algarvios de Olhão e Silves, respetivamente, foram encontrados sinais de contaminação microbiológica, levando à imposição da bandeira vermelha, após análises terem confirmado a presença da bactéria E. coli na água. A APA informa que a interdição se manterá até que as análises à qualidade da água apresentem resultados que se enquadrem nos parâmetros de segurança estabelecidos.
A associação ambientalista Zero tinha já alertado para a degradação da qualidade da água nas praias portuguesas, sublinhando que durante a atual época balnear 41 praias foram interditas e 46 tiveram os banhos desaconselhados, sendo a maioria destas últimas situadas no concelho de Cascais. Num comunicado, a associação esclarece que estas preocupações surgem na sequência de uma comparação entre os dados da qualidade da água balnear deste ano e os do ano anterior.
“Existem atualmente 664 águas balneares cuja monitorização é reportada, com um número limitado de praias a revelarem problemas, mas de forma mais expressiva do que na época balnear passada”, revela a Zero. A associação destaca ainda que, desde o início da época balnear, a 01 de maio, 46 praias já tiveram banhos desaconselhados ou proibidos, um aumento de 17 em relação ao período homólogo do ano anterior.
“Nestas zonas balneares, as análises ultrapassaram os limites fixados tecnicamente a nível nacional relativamente a, pelo menos, um dos dois parâmetros microbiológicos que são avaliados (Escherichia coli e Enterococus intestinais)”, salienta a Zero. Desde o início da época balnear, 41 praias foram interditadas, mais 13 do que em 2023, sendo que 15 destas são praias costeiras e 26 interiores. Entre as águas balneares que registaram o maior número de situações de água imprópria para banhos, destacam-se Matosinhos, com três episódios de desaconselhamento ou proibição de banhos, e as praias da Parede (Cascais), Camilo (Lagos), Bitetos (Marco de Canavezes), Vieira (Marinha Grande), Molhe Leste (Peniche) e Azenhas do Mar (Sintra), cada uma com dois casos de desaconselhamento ou proibição de banhos.
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