A 35.ª Cimeira Luso-Espanhola arrancou esta quarta-feira em Faro com honras militares para receber as comitivas de Portugal e de Espanha, lideradas pelos chefes de Governo português, Luís Montenegro, e espanhol, Pedro Sánchez.
Luís Montenegro recebeu Sánchez, perto das 09:30, no Palácio Fialho, no recinto do Colégio Nossa Senhora do Alto, que pertence à diocese do Algarve e cujos alunos estão a ter aulas noutros locais por causa da cimeira.
As duas comitivas, que integram mais de 20 ministros dos dois governos, ouviram depois os hinos de Espanha e de Portugal, a que se seguiu uma cerimónia militar e a apresentação dos membros dos executivos que participam na cimeira de hoje.
Estão em Faro 12 ministros de Portugal e 11 de Espanha, de áreas como Negócios Estrangeiros, Migrações, Coesão Territorial, Educação, Administração Interna, Transportes e Habitação, Economia e Indústria, Trabalho, Ambiente e Energia, Agricultura e Pescas ou Cultura.
À cerimónia militar seguiu-se a tradicional “fotografia de família”, com os líderes do Governo e todos os ministros numa das escadarias de acesso ao Palácio Fialho.
O programa da cimeira segue com uma ronda de 13 reuniões bilaterais entre ministros no mesmo local. Já Montenegro e Sánchez dirigiram-se para o centro de Faro, para receber as chaves da cidade na Câmara Municipal, liderada atualmente por Rogério Bacalhau (PSD).
Os dois primeiros-ministros vão depois fazer um percurso a pé de cerca de 100 metros no centro de Faro, até ao Museu Municipal da cidade, onde terão uma reunião bilateral, antes de regressarem ao Palácio Fialho para a sessão plenária da cimeira.
Para as 13:00 está prevista a assinatura de acordos bilaterais e, logo de seguida, uma conferência de imprensa conjunta de Luís Montenegro e Pedro Sánchez.
A cimeira termina com um almoço entre as duas delegações, mas Montenegro e Sánchez ainda vão, às 16:00, ao encerramento de um fórum empresarial, na Universidade do Algarve, organizado por confederações empresariais dos dois países.
Portugal e Espanha reúnem-se esta quarta-feoira na 35.ª cimeira ibérica para assinarem uma dezena de acordos, com destaque para a área da água, e certificarem as boas relações bilaterais num momento em que têm governos de cores diferentes.
O tema central da cimeira é “Água, um bem comum” e foi já anunciada a assinatura de acordos relativos aos caudais dos rios Tejo e Guadiana, assim como para o pagamento da água captada por agricultores espanhóis no Alqueva.
Está ainda confirmada a formalização dos acordos para a construção das pontes internacionais de Nisa-Cedilho (rio Sever) e Alcoutim-Sanlúcar de Guadiana (Guadiana), que terão financiamento europeu e que têm sido reiteradamente anunciadas em sucessivas cimeiras entre os dois países.
Fontes do Governo espanhol disseram na terça-feira que a declaração final da cimeira estava ainda em negociação, mas adiantaram que deverão ser assinados hoje entre nove e 11 acordos em Faro.
Esta cimeira foi anunciada em abril, durante a primeira visita oficial de Luis Montenegro como primeiro-ministro, a Espanha, poucas semanas após tomar posse.
“Não há diferenças partidárias que possam colocar em crise um segundo ou um milímetro a relação que aprofundamos há séculos em benefício das pessoas”, afirmou então Luís Montenegro, numa conferência de imprensa em Madrid ao lado de Pedro Sánchez.
“A notícia de hoje é que as nossas boas relações bilaterais vão continuar a estreitar-se. Os nossos governos continuarão a trabalhar em benefício dos portugueses e dos espanhóis”, disse, por seu turno, Pedro Sánchez.
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