O Centro de Meios Aéreos de Cachopo, no concelho de Tavira (Algarve), foi esta sexta-feira formalmente inaugurado, assinalando os 137 anos dos bombeiros municipais, apesar de já ter estado em funcionamento, disse a presidente da Câmara.
Sujeito a obras de remodelação que deviam ter ficado concluídas no final de 2023, o Centro tem agora um novo edifício para acolher operacionais dos Bombeiros e da GNR que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios do Algarve, assim como os pilotos do helicóptero que fica sedeado em Cachopo entre maio e outubro, destacou à agência Lusa a presidente da Câmara de Tavira, Ana Paula Martins.
A autarca explicou que, primeiro, a pandemia e, depois, as consequências da guerra na Ucrânia dificultaram a execução da obra, que se “arrastou por 2024” e está agora “praticamente concluída”, faltando apenas “pequenos ajustes” que não impedem o funcionamento do novo edifício e a desativação dos contentores que serviram temporariamente como ponto de apoio.
O centro está localizado na serra algarvia, a cerca de 40 quilómetros da cidade de Tavira e do litoral, mas esteve durante o período das obras com o helicóptero a funcionar, “embora de modo muito provisório, porque a obra ainda estava na fase final de acabamentos”, referiu Ana Paula Martins.
“Já esteve a funcionar, mas nós hoje resolvemos fazer as comemorações [cerimónia e almoço] porque hoje é o dia do 137.º aniversário dos Bombeiros [de Tavira] e, como não tínhamos feito uma inauguração formal, entendemos que devíamos fazer”, justificou a autarca.
A presidente da Câmara de Tavira disse que, como até ao verão passado, houve trabalhos que “não ficaram concluídos”, ainda não tinha havido “condições” para fazer a inauguração” e, agora, já com a receção provisória da obra feita, fez-se a inauguração.
“E entendemos que hoje, no dia em que os nossos bombeiros, o nosso corpo municipal de bombeiros faz 137 anos, seria uma boa altura para fazer esta inauguração formal”, argumentou.
Além dos atrasos motivados pela falta de material derivada da guerra na Ucrânia, a obra foi também dificultada pela “própria falta de pessoal para trabalhar na construção civil”, observou Ana Paula Martins.
“Está pronto para funcionar, tem todas as condições, tem condições para poder acolher, inclusivamente, porque tem quartos com cama, com camaratas, tem uma cozinha, tem um espaço funcional, tem sala para o piloto, portanto, tem todas as condições para podermos ter aqui o dispositivo”, assegurou.
Ana Paula Martins espera que o investimento realizado na renovação do Centro de Meios Aéreos, que também introduziu melhorias na pista de aterragem, possa vir a permitir a colocação de um helicóptero em Cachopo durante o ano inteiro, todo o ano, em vez de apenas nos meses do dispositivo de combate a incêndios.
“O que nós esperamos é que possamos, no futuro, ter aqui o helicóptero em permanência. Até porque Cachopo está a 40 quilómetros da cidade e a resposta a situações de incêndio, ou mesmo de emergência em termos de saúde, é sempre difícil”, fundamentou.
A intervenção no Centro de Meios Aéreos de Cachopo contou com um investimento de 2,6 milhões de euros e foi financiada com fundos comunitários de programa de cooperação transfronteiriço luso-espanhol Interreg, salientou a autarca, afirmando também a importância do projeto para a Eurorregião Alentejo-Algarve-Andaluzia.
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