O Centro Ciência Viva do Algarve, em Faro, vai acolher no próximo domingo, pelas 16:00, um seminário sobre as grutas do barrocal algarvio, que têm sido objeto de estudo por equipas internacionais de investigação, lideradas por cientistas nacionais, em áreas tão diversas como a biodiversidade, o campo magnético terrestre, a paleoclimatologia e a ecologia.
Neste seminário, integrado no âmbito do projeto Barrocal Cave, vão ser desvendados alguns dos segredos que as grutas algarvias têm revelado nestes domínios científicos e compreender a sua importância através de três palestras proferidas por Ana Sofia Reboleira, professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Eric Font, professor no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, e Maria Alexandra Oliveira, investigadora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
“Algarve – hotspot de biodiversidade cavernícola de classe mundial” é o tema da palestra que vai ser apresentada por Ana Sofia Reboleira, professora no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É doutorada em Biologia, mestre em Ecologia, Biodiversidade e Gestão de Ecossistemas e licenciada em Biologia pela Universidade de Aveiro. Foi professora na Universidade de Copenhaga, professora visitante na Universidade de Macquarie, em Sydney na Austrália, e visitante na Universidade de Harvard nos USA.
Ana Sofia foi distinguida com o prémio Villum Young Investigador, destinado a jovens investigadores excecionalmente talentosos em ciências técnicas e naturais na Dinamarca; e recentemente com o Prémio Fundação Belmiro de Azevedo 2023, na área da Conservação, restauro e monitorização da biodiversidade em Portugal.
Autora de mais de uma centena de publicações científicas, Ana Sofia lidera o grupo de investigação em Ecologia Subterrânea no Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c). O seu trabalho revelou um novo hotspot mundial de biodiversidade subterrânea em Portugal. Já descreveu mais de 70 novas espécies e géneros para a ciência, e liderou expedições em 5 continentes.
Eric Font vai falar sobre “Como as estalagmites registam a variação do campo magnético terrestre e do clima”. É professor no Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e investigador no Instituto Dom Luís da Universidade de Lisboa, Portugal.
Eric Font doutorou-se em Geofísica e Geociências em 2005 na Universidade de São Paulo (Brasil) e Toulouse (França).
A sua principal área de especialização em investigação é o paleomagnetismo acoplado a outras ferramentas geológicas (quimioestratigrafia, mineralogia). A sua investigação centra-se em diversos desafios geocientíficos, como o tempo e a duração das consequências do paleomagnetismo na Terra, a remagnetização em grande escala e a sua ligação com eventos tectónicos, registos de alta frequência do campo magnético e clima da Terra em estalagmites de grutas.
“Princípios de deteção remota e sua aplicação em ecologia” é como se intitula a palestra que será proferida por Maria Alexandra Oliveira, atualmente investigadora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É doutorada em Geologia pela Universidade de Lisboa, e a sua investigação fundamental foca-se no estudo de eventos extremos e alterações climáticas com base em indicadores geológicos. Paralelamente, tem extensa formação e experiência em análise e processamento de dados espaciais, quer na área de investigação quer em empresas.
Neste contexto, Maria Alexandra tem trabalhado em vários projetos colaborativos como cientista de dados de deteção remota de satélite, aéreos e terrestres, com aplicação em ecologia, caracterização da poluição atmosférica e aquática e modelação com recurso a ferramentas de aprendizagem automática.
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