Um projeto-piloto de consciencialização do risco de incêndio vai ser executado no Algarve, onde entre 2019 e 2022 as principais causas de ignições tiveram origem em comportamentos humanos, foi esta quarta-feira anunciado.
A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) assinaram um protocolo para “desenvolver práticas adequadas à gestão do risco de incêndio, para uma melhor consciencialização e redução das principais causas envolvendo proprietários, gestores, produtores e a comunidade em geral”, revela um comunicado divulgado pela agência.
O projeto-piloto vai incidir numa região em que “as queimadas extensivas, as queimas e o uso de maquinaria e equipamento, ou seja, causas com origem em comportamentos humanos” foram as principais causas de ignições entre 2019 e 2022, assinala o instituto público nacional.
Para diminuir estes comportamentos de risco, a AGIF, no âmbito das suas responsabilidades no Programa Nacional de Ação (PNA) em “Comunicação Integrada para o Risco” e alinhando com as metas do Programa Regional de Ação do Algarve, nomeadamente no tema “Comunicação Especializada de Proximidade”, vai disponibilizar 130 mil euros para a iniciativa, que será coordenada pela AMAL.
O projeto-piloto que vai agora ser desenvolvido teve origem num modelo de investigação-ação participada na serra de Monchique, designado Bridge e conduzida por um consórcio entre o Instituto Superior Técnico e a Universidade do Algarve, explica a AGIF.
Com início em 2022, obteve “bons resultados no envolvimento da comunidade”, com um forte grupo de proprietários e entidades a identificar “a necessidade de implementação de mais iniciativas no território, para melhor aprendizagem social e ações efetivas de redução de risco de catástrofes de base comunitária”.
Segundo a AGIF, pretende-se alavancar a continuidade do projeto Bridge em Monchique, permitindo a expansão para o território de Silves e apoiando ações de sensibilização para as boas práticas agroflorestais.
A expansão para o território do Programa de Reordenamento de Gestão da Paisagem da Serra do Caldeirão, através do mapeamento de uma rede de atores locais e da criação de um grupo de ação local com laboratórios colaborativos, envolvendo cidadãos, entidades públicas e privadas, é outro dos objetivos delineados.
Para a execução destas ações, o projeto contará com o consórcio entre a Universidade do Algarve e o Instituto Superior Técnico, com o apoio dos municípios de Monchique, Silves, São Brás de Alportel, Loulé e Tavira, no distrito de Faro.
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