O serviço de urgência de neonatologia do Hospital de Faro pode fechar já a partir do mês de Setembro, por falta de pessoal médico que assegure as escalas noturnas no período compreendido entre as 21h e as 9 horas da manhã.
“Daqui a uma semana, restam apenas três médicos para uma escala de 12 horas diárias o que torna impossível a cobertura em escala noturna destes serviços”, disse uma fonte contactada pela nossa redação acrescentando que “se nada fôr feito estaremos perante uma situação de rutura total”.
Na verdade, este número, longe de preencher as necessidades e assegurar o serviço noturno, põe em risco não apenas a vida das crianças internadas nos cuidados intensivos, mas igualmente a assistência pediátrica a todo o bloco de partos.
Durante o dia, apesar de se notar também a falta de pediatras, a situação é menos grave mas, em termos gerais, vive-se uma situação de “forte constrangimento e de elevado risco para as crianças prematuras”.
A solução de emergência para esta situação de rutura, passa pela transferência dos recém-nascidos para um hospital em Lisboa, ou para uma unidade particular em Faro, como o Hospital das Gambelas.
Contudo, qualquer das duas alternativas, acaba sempre por sair mais cara ao hospital público e não resolve o problema de fundo: a falta de médicos e de condições que garantam no futuro um serviço de neonatologia de proximidade e com a qualidade prestada, até agora, pela equipa médica do Hospital de Faro.