O presidente da Junta de Freguesia de Porches, concelho de Lagoa, contesta um projecto de reconstrução de um edifício da Igreja Católica que, alerta, pode pôr em causa uma chaminé centenária algarvia.
Em 2015, foi aprovada uma moção pela freguesia para garantir a preservação da chaminé, que terá mais de 200 anos.
Desde então, o presidente da junta de Porches, Luís Bentes, não recebeu qualquer resposta oficial por parte do município nem da Fábrica da Igreja e as informações que vai recebendo preocupam-no.
O projecto criado pelos serviços municipais de Lagoa prevê uma “reconstrução, alteração e ampliação de edifício pré-existente”, informou a Câmara, sublinhando que este contemplou “sempre a conservação da chaminé”.
No entanto, após “análise técnica”, verificou-se que “a sua manutenção se torna frágil”. Caso haja algum “imprevisto, será da responsabilidade do empreiteiro reformular [a chaminé] de acordo com a sua traça original”, referiu o município.
A Luís Bentes, as informações que chegaram foi de que a demolição não estava “prevista, mas se acontecesse era algo perfeitamente normal e far-se-ia uma réplica”, disse à agência Lusa, criticando essa opção.
Para o presidente da junta, o actual projecto, que ainda não está em fase de licenciamento, “põe sempre em causa a chaminé”, havendo para o autarca apenas duas opções: “ou retirar a chaminé ou criar uma estrutura de suporte. De outra forma, assim que as obras começarem, a chaminé vai cair”.
Luís Bentes pondera agora expor a situação ao Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar), de forma a garantir que o projecto “vai parar de certeza absoluta”, considerando que o próprio município deveria iniciar um trabalho de salvaguarda “de qualquer casa que tivesse uma chaminé antiga”.
A Diocese do Algarve diz que o projecto ainda está “numa fase muito precoce”, sublinhando que não é intenção criar uma réplica.
“A paróquia de Porches vai fazer tudo para conservar a referida chaminé centenária. Através do seu pároco, padre Joaquim Beato, a paróquia garante a conservação absoluta da chaminé”, acrescentou.
(Agência Lusa)