São apenas 50 os desempregados que em todo o Algarve vão ter acesso ao programa de formação do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) para a área do comércio e serviços e para formar os escolhidos de entre os desempregados o Estado vai desembolsar pouco mais de 80 mil euros, destinados a garantir mais de 25 mil horas de formação.
São estes os termos do protocolo assinado hoje, em Faro, no auditório da Região de Turismo do Algarve, entre o IEFP e a Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve, numa sessão que contou com a presença dos presidentes das duas entidades e, ainda, do delegado regional do IEFP, Carlos Baía, e o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes.
IEFP aposta na formação focada na empregabilidade
Ao Postal o presidente do IEFP, Jorge Gaspar, confrontado com o reduzido número de formandos previsto, afirmou que “não vale a pena fazermos formação em massa desde que não tenhamos presente o objectivo da empregabilidade”, acrescentando que “nesta fase e de acordo com aquilo que é a análise feita em conjunto com a CCP, da qual a ACRAL faz parte, consideramos que este é o número de formandos e o valor adequado para cumprirmos esse objectivo de empregabilidade”.
“O IEFP quando celebra protocolos com entidades formadoras, porque não faz tudo bem sozinho, nem tem essa veleidade, propõe-se a que os formandos terminada a formação possam efectivamente ocupar postos de trabalho”, refere o responsável do instituto, que diz “é exactamente por isso que escolhemos parceiros que estejam perto das empresas e que possam aproximar os desempregados e formandos dos empregadores, potenciando a empregabilidade que é aqui a palavra chave”.
ACRAL quer optimizar o dinheiro
Já Victor Guerreiro, presidente da ACRAL, sublinha “a importância da formação para o aumento da qualificação dos trabalhadores na região” e, no caso, “o facto de se tratar de formação nas áreas do comércio e serviços”, mas não deixa de considerar “manifestamente insuficiente o número de formandos potencialmente abrangidos”.
“Parece que se esquece, na repartição das verbas pelas associações, que a ACRAL não representa um concelho, mas sim 16. Toda uma região para a qual 50 formandos me parece um número muito curto face às necessidades e ao volume de desempregados”, refere o líder da ACRAL.
“O nosso esforço será o de optimizar esta verba ao limite de forma a poder retirar dos fundos disponíveis os melhores resultados”, diz Victor Guerreiro, que afirma que a ACRAL “criou um grupo de trabalho para analisar as necessidades e a oferta formativa da região” e que, “muito em breve, levará as suas conclusões até ao IEFP para que se possam melhorar os projectos formativos na região”.
Respostas têm que servir a economia
De acordo com Victor Guerreiro, “as respostas formativas no Algarve têm de servir a economia” e têm de “fazer sentir os seus efeitos no combate ao desemprego e na resposta às necessidades reais das empresas”.
Victor Guerreiro sublinha que “também neste campo, como noutros, a ACRAL está apostada em levar para o terreno propostas e soluções que sejam palpáveis e implementáveis, deixando de lado as intervenções e análises puramente retóricas”.
“A resposta aos problemas reais das empresas algarvias e da economia da região é um trabalho que estamos a desenvolver há cerca de um ano, desde que tomámos posse, e que já tem frutos no terreno”, diz Victor Guerreiro, “e é aí mesmo que queremos fazer sentir a nossa acção, junto dos empresários e das empresas, porque são eles que criam riqueza e são a chave para sairmos da situação em que nos encontramos”, remata o líder da ACRAL.