Uma pergunta frequente entre os consumidores ao adquirirem um dispositivo eletrónico, como um telemóvel topo de gama, é se os seguros associados a esses equipamentos são realmente eficazes. A resposta a esta questão muitas vezes só é percebida quando surge a necessidade de acionar o seguro, revelando a complexidade envolvida neste tipo de coberturas.
O primeiro obstáculo que muitos enfrentam, como nos conta a BragaTV, é o facto de as seguradoras responsáveis por esses seguros operarem fora do país. Além disto, na maioria dos casos, a loja que vende o equipamento não intermedia o processo em caso de danos, sendo o próprio cliente responsável por enviar o telemóvel para a seguradora. Esta complexidade inicial muitas vezes leva os clientes a desistirem de acionar as coberturas do seguro contratado.
Após ultrapassar este desafio inicial, o processo seguinte revela-se moroso, com vários casos de insucesso ao tentar acionar as coberturas da apólice. Os seguros para telemóveis geralmente apresentam diversas e variadas exclusões, tornando-os, em muitos casos, praticamente inúteis.
Na maioria dos casos, os danos estão cobertos pela garantia legal obrigatória de dois anos, já prevista na lei. Esta garantia, embora exclua o mau uso ou danos intencionais, permite ao consumidor exigir a reparação de defeitos de fabrico ou situações de falta de conformidade com o contrato.
Furto ou roubo
No caso de furto ou roubo, a cobertura do seguro geralmente está sujeita a uma extensa lista de exclusões, dificultando a indemnização em situações comuns. Algumas apólices protegem apenas contra furto qualificado, exigindo evidências claras de arrombamento ou uso de força. Outras apólices estabelecem condições rigorosas, como a presença de testemunhas ou o desaparecimento do telemóvel de um compartimento com fechadura forçado.
Seguro vs. extensão de garantia
A comparação entre seguro e extensão de garantia revela diferenças cruciais. Enquanto o seguro supostamente cobre situações não abrangidas pela garantia, como danos acidentais e roubo, a extensão de garantia simplesmente prolonga o período de cobertura da garantia legal. A escolha entre ambos deve ser ponderada, considerando o valor do equipamento e o período de garantia adicional.
É comum que grandes lojas pressionem os clientes para a contratação do seguro, sem destacar a garantia associada ao equipamento. Num estudo recente, citado pela BragaTV, a DECO avaliou negativamente os seguros vendidos por diversas cadeias, alertando para a falta de informação transparente sobre as condições dos seguros.
Seguro multirriscos de habitação
Uma alternativa a considerar, como nos conta a mesma fonte, é a inclusão dos dispositivos eletrónicos no seguro multirriscos habitação. Desta forma, em casos de roubo, incêndio ou inundação, os aparelhos podem estar protegidos. Recomenda-se a consulta com um mediador de seguros para obter aconselhamento mais preciso sobre as opções disponíveis.
Em última análise, antes de optar por um seguro para telemóvel, é essencial compreender as condições específicas da apólice e considerar alternativas que possam oferecer uma proteção mais abrangente e transparente.
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