Uma unidade hoteleira em Albufeira é acusada de proibir a entrada de duas mulheres oriundas do Reino Unido nas piscinas do hotel por usarem burquini e não “seguirem a cultura portuguesa”.
De férias no Algarve com a família, Maryya Dean e a cunhada Hina disseram ao jornal britânico Mirror que se sentiram humilhadas após esta situação. Sem revelar o hotel onde tudo aconteceu, Mayya Dean afirma que foram “completamente humilhadas. Fomos expulsas como se tivéssemos cometido algum crime”.
Nas férias que pretendiam ser um escape para Maryya da doença bipolar, a turista britânica ficou ainda mais chocada quando foi comparada com a filha de nove anos, que estava a usar fato de banho e que, para o funcionário do hotel, deveria dar o exemplo à mãe.
As duas turistas explicaram que se sentiam mais confortáveis de burquini, por razões religiosas e culturais mas, de acordo com Maryya, “o homem começou a fazer referências culturais e disse que as mulheres portuguesas usam biquínis e que nós devíamos fazer o mesmo”.
Polémica do burquini já dura há alguns anos
A polémica do burquini, utilizado por várias mulheres muçulmanas para irem à praia sem exporem o corpo não é novidade e, em França, o uso do burquini foi mesmo proibido em pelo menos três autarquias, com o argumento de se tratar de um símbolo religioso.
De acordo com declarações feitas pelo presidente da Associação de Hoteleiros do Algarve, Elidérico Viegas, ao Jornal de Notícias, as acusações feitas por Marrya Dean “não têm qualquer fundamento” e o presidente afirma não ter conhecimento de “qualquer queixa apresentada numa unidade da região”.
Para a Associação de Hoteleiros do Algarve, “os ingleses são useiros e vezeiros em apresentar queixas para obter indemnizações, vejam-se os casos recentes das alegadas intoxicações alimentares que já deram origem a processos em tribunal”. O Algarve é “tolerante e aberto a todas as culturas ” acrescenta.
(Cátia Marcelino / Henrique Dias Freire)