A Emília, a Melania e a Olívia, nasceram a 24 de fevereiro, o dia do início da guerra.
Os pais, um jovem casal de Chernihiv, uma localidade a norte de Kiev, tinham
emprego e uma vida estável. O André trabalhava na construção e a Anna como
economista num banco. Hoje, estão ao cuidado do maior hospital pediátrico da
Europa de leste com as suas três filhas que quiseram nascer, ao mesmo tempo,
num dia que ficará na história.
Para trás deixaram Chernihiv e tudo o que a guerra consumiu daquela pequena
cidade no norte da Ucrânia. A guerra deixou sem destino esta família que não tem
para onde ir quando sair deste hospital que, por enquanto, lhe serve de casa. Aqui
dizem sentir-se seguros, num o edifício que foi preparado para salvaguardar os
bebés em caso de bombardeamento. Na cave, uma maternidade improvisada
garante a segurança das crianças, dos pais, e dos profissionais de saúde. Os berços
encostados às paredes dos corredores escuros, e a modesta cantina, estão
preparados para o pior cenário que a guerra possa trazer a este hospital.
A Emília, a Melania e a Olívia, chegaram a Kiev no dia 21 de março, porque em
Chernihiv, onde nasceram, a guerra retirou ao hospital, a luz, a água e o
aquecimento.
As trigémeas, filhas do André e da Anna, completam hoje um mês de vida. A guerra,
completa um mês de morte.
- Texto: SIC Notícias, televisão parceira do POSTAL