O elitismo em qualquer parte do mundo civilizado é “responsabilidade”. Quanto mais poder se tem, mais responsável se tem que ser. Infelizmente, em democracia, nem sempre vemos os políticos e os gestores públicos ou privados de topo serem responsabilizados.
Vivemos ainda numa sociedade cujos privilegiados não estão habituados a prestar contas; confundem ser uma elite com ser irresponsável.
Os tribunais subjugam-se às regras de produção de prova em detrimento da ética.
Já não questionamos, por exemplo, a imoralidade de políticos que entraram na política pobres e sairam com um império.
Esta reflexão não é de agora e foi várias vezes levantada pela própria procuradora Maria José Morgado e por outras personalidades portuguesas.
Hoje, como desde sempre, fala-se na aprovação de novas medidas de combate à corrupção.
O caso do pirata informático/denunciante Rui Pinto, colocou no domínio público uma série de alegadas fraudes e negócios suspeitos ligados a grandes clubes de futebol, mas não só.
Na véspera do arranque do julgamento do pirata informático Rui Pinto, o Conselho de Ministros aprovou, para discussão pública, a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024, que identifica prioridades e propõe medidas para reduzir o fenómeno da corrupção em Portugal.
Do pacote de medidas de combate à corrupção anunciadas pelo Governo, destaca-se a delação premiada, isto é, a possibilidade de quem confessa este tipo de crimes ser perdoado pela justiça ou ver a sua pena atenuada. A Ordem dos Advogados já se manifestou totalmente contra.
O meu receio é que estas medidas já tenham destinatários pensados e que a montanha venha a parir um rato, mais uma vez. Todos estamos habituados a pagar um preço, mas é sabido que os privilegiados não.
E AINDA:
“Algarve não está preparado para os portugueses!” Importa-se de repetir?
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