Tavira "transforma-se" em Veneza após marés vivas

As marés vivas têm causado impacto em vários sítios do Algarve, inundando extensas áreas da região durante a preia-mar. A maré em Tavira atingiu esta sexta-feira uma altura surpreendente, superando os três metros, criando um cenário a fazer lembrar a icónica Veneza.

É na cidade de Tavira que este fenómeno natural é tão comum que os habitantes locais aprenderam a tirar partido da situação, transformando a cidade numa autêntica Veneza algarvia.

A cada 12 horas, nos dias de marés vivas, o rio Gilão extravasa as suas margens, inundando as principais ruas ribeirinhas da cidade.

Alguns aproveitam esta oportunidade para quebrar a rotina e desfrutar de passeios românticos, admirando a cidade sob uma perspetiva única. Outros aproveitam para fotografar o fenómeno, enquanto que os mais novos aproveitam o novo cenário para o imaginário sugerir novas formas de brincadeira.

Este fenómeno é recorrente e bem conhecido na região, pelo que não suscita grandes preocupações, e a vida quotidiana continua a decorrer com normalidade.

As marés vivas são o resultado da influência gravitacional exercida pelos astros sobre a Terra, nomeadamente o Sol e a Lua.

Quando o Sol e a Lua se encontram mais próximos da Terra, como é o caso atual, as marés tornam-se mais intensas.

Este fenómeno ocorre durante cerca de dois a três dias, geralmente entre o segundo e o terceiro dia após a lua cheia.

A recente maré viva no Algarve atingiu uma altura de 3,90 metros, cerca de 40 centímetros acima do nível habitual.

Este quadro deverá repetir-se no final do mês de setembro, nos dias 29 e 30, com a previsão de novas inundações nas ruas que, por alguns momentos, se transformam em canais aquáticos.

Quando se fala sobre cheias em Tavira, os locais mais experientes recordar-se-ão da grande cheia de dezembro de 1989. No entanto, é importante salientar que as marés vivas não foram a causa das cheias de 1989. Estas cheias foram causadas por condições meteorológicas extremas, como precipitação intensa.