A associação ambientalista Zero distinguiu este ano 53 praias Zero Poluição em 30 concelhos de Portugal, representando 8% do total das 643 zonas balneares que vão estar em funcionamento nesta época. A distinção da associação foi divulgada na quarta-feira da passada semana.
Uma praia Zero Poluição é aquela em que não foi detetada qualquer contaminação microbiológica nas análises efetuadas às águas balneares ao longo das três últimas épocas balneares, de acordo coma associação.
Em 2020, houve mais 15 praias classificadas, ou seja, um total de 68.
De acordo com a Zero, todas as praias distinguidas no ano passado como praias Zero Poluição estão classificadas, ao abrigo da legislação, como praias com qualidade da água “excelente”. No entanto, se tiveram uma única análise em que foi detetada a presença de microrganismos, mesmo que muito longe do valor-limite, deixaram de poder ser incluídas nesta lista.
Os concelhos com maior número de praias Zero Poluição são Alcobaça (distrito de Leiria), Porto Santo (Madeira) e Tavira (distrito de Faro), com quatro praias, e Faro, Peniche (distrito de Leiria), Sesimbra (distrito de Setúbal) e Vila do Bispo (distrito de Faro), com três.
Existem 43 praias Zero Poluição no continente, em 24 concelhos, seis nos Açores, em cinco concelhos, e quatro na Madeira, num único concelho.
Os concelhos de Torres Vedras (Lisboa) e Angra do Heroísmo (Açores) tiveram, este ano, um número significativo de praias retiradas da lista – nove e cinco, respetivamente.
Em termos de balanço, saíram da lista do ano passado 29 praias e entraram 14 novas.
De acordo com a Zero, “é extremamente difícil conseguir um registo incólume ao longo de três anos nas zonas balneares interiores, muito mais suscetíveis à poluição microbiológica”.
Pelo segundo ano consecutivo, volta a não haver praias interiores na lista, “ao contrário do período de 2016 (ano em que a associação iniciou esta avaliação) a 2019”.
“Todas as praias são consideradas ‘costeiras’, exceto uma praia em zona estuarina classificada como de ‘transição’”, refere o comunicado da associação, referindo que tal facto “é um indicador do muito que ainda há a fazer para garantir uma boa qualidade da água dos rios e ribeiras em Portugal, o que requer esforços adicionais ao nível do saneamento urbano e das empresas”.
Segundo a Zero, e de acordo com uma Informação recente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), uma análise intercalar efetuada em 2018 revelou “um decréscimo da qualidade da água” numa quantidade significativa das massas de água relativamente aos dados obtidos aquando do diagnóstico para o Plano de Gestão de Região Hidrográfica 2016-2021.
Os dados utilizados na análise da associação foram transmitidos pela APA, responsável pela coordenação destas matérias, designadamente pela classificação das águas balneares e dados de monitorização.
A monitorização das águas balneares é uma competência legal da APA, no continente, da Direção Regional dos Assuntos do Mar, nos Açores, e da Direção Regional do Ordenamento do Território e Ambiente, na Madeira.