A Câmara de Tavira apresentou esta segunda-feira o projeto Jardins Alimentares, um dos vencedores do Orçamento Participativo de 2020-2021, que tem como objetivo aproveitar espaços públicos urbanos para cultivar espécies comestíveis, disse a vereadora Sónia Pires.
A vereadora com o pelouro do Ambiente, Sónia Pires, explicou que o projeto foi idealizado para “construir em zonas não aproveitadas de espaço público”, como logradouros ou canteiros, áreas para “cultivo comunitário com espécies vegetais”, mas vai também promover um uso e um cuidado comunitário do espaço público” em todas as freguesias do concelho.
“Este projeto já tinha sido muito participado aquando do Orçamento Participativo e cremos que agora também vai ser muito participado aquando do processo participativo da implementação”, afirmou a autarca.
Sónia Pires destacou que há “vários objetivos transversais” na implementação dos Jardins Alimentares, como a adesão ao Pacto Ecológico Europeu, um conjunto de medidas para realizar a transição ecológica da União Europeia e atingir o objetivo final da neutralidade carbónica até 2050.
“Na verdade estamos a manter zonas permeáveis, que permitem a captação de carbono, e promover a biodiversidade em espaço urbano, mas que também acabam por promover cidades sustentáveis e saudáveis, porque promovem um estilo de vida mais saudável, um espírito de vizinhança e comunidade”, argumentou.
Atualmente, estão identificados 16 locais que vão integrar o projeto Jardins Alimentares, número que pode ser ampliado e que vai constituir um “circuito interpretativo e pedagógico”, seguindo uma tendência que já é uma realidade em cidades europeias como Paris, exemplificou.
Apesar de se tratar de um projeto iminentemente urbano, Sónia Pires disse que a autarquia e os autores do projeto “não quiseram excluir nenhuma freguesia” do concelho, que conta com uma importante área do território de interior e serra.
“Nas [freguesias] mais rurais escolhemos os aglomerados urbanos para fazer hortas verticais, porque, decerto, poderão haver interessados e não queremos desde já excluí-los”, assegurou.
A vereadora do Ambiente da Câmara de Tavira destacou também que os Jardins Alimentares integram o projeto Phoenix, que promove a participação cidadã e o planeamento de políticas públicas inclusivas para reforçar a qualidade de vida das comunidades para criar um mundo mais democrático, equitativo e sustentável.
“Como enquadramos no projeto Phoenix, temos uma metodologia de participação. Vamos fazer sessões participativas em todas as freguesias do concelho e, a seguir a essas sessões participativas, irão ser designados, nomeados, votados representantes que irão constituir um comité”, precisou, referindo-se às sessões que a Câmara vai promover entre 11 e 27 de setembro nas sedes de freguesia.
Sónia Pires esclareceu que, depois de formado, o comité vai trabalhar na criação de um regulamento de utilização e gestão dos espaço, permitindo aos interessados em cuidar desses espaços candidatar-se ao projeto comunitário.
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