João Pontes, coordenador da Rede de Arrojamentos do Algarve (RAALG), refere ao Postal do Algarve que “com o aumento da temperatura da água do mar que se dá normalmente a partir do mês de abril, as tartarugas que viajam nas correntes mais quentes aproximam-se de terra ficando vulneráveis às artes de pesca dos pescadores, nomeadamente redes de emalhar”.
Embora o fenómeno recente não tenha uma causa única, o motivo da morte de muitas tartarugas não é determinado porque não são apresentadas evidências óbvias. No entanto, “quando é possível obter uma causa, trata-se da captura acidental provável”. “Os animais têm todos boa condição física, com bastante conteúdo estomacal o que indicia uma morte traumática”.
“Em alguns casos os animais têm mesmo evidências de contacto com seres humanos, retratados através de restos de redes e até ausência de algumas partes do corpo devido a artes de pesca”, esclarece João Pontes.
Em casos de avistamento de arrojamento de cetáceos e tartarugas na costa, o alerta direto pode ser realizado aqui para ser encaminhado automaticamente para o email dos membros da equipa responsável.
Depois de estar ciente da ocorrência, a RAALG dirige-se ao local em questão para recolher os animais juntamente com as entidades competentes. De seguida, procede às autópsias para análises no laboratório localizado na Quinta de Marim, em Olhão.
A Rede de Arrojamentos do Algarve engloba uma equipa de biólogos do Centro de Ciências do Mar e Universidade do Algarve que se encontra ativa a tempo inteiro para responder a arrojamentos de cetáceos e tartarugas marinhas mortas por toda a costa algarvia na extensão de linha litoral, compreendida entre Odeceixe e Vila Real de Santo António.