Em 2013, um casal de Long Island, nos Estados Unidos, viveu uma situação insólita: a polícia bateu-lhes à porta por causa de buscas online aparentemente inofensivas. O episódio, que levantou questões sobre a privacidade na internet, começou com a simples pesquisa de utensílios domésticos.
Michele Catalano, escritora freelancer, descreveu o que aconteceu no seu blog, citada pelo Executive Digest. A intenção inicial era apenas comprar uma panela de pressão, mas os eventos que se seguiram não tardaram a complicar-se. Ao mesmo tempo que Michele pesquisava “panelas de pressão” para uma receita, o seu marido fez uma busca semelhante no computador da empresa onde trabalhava. Esse detalhe, segundo ela, foi suficiente para despertar alarmes.
Dada a recente memória do atentado na Maratona de Boston, em que foram usadas mochilas e panelas de pressão como parte dos dispositivos explosivos, qualquer pesquisa que combinasse esses itens parecia suspeita. Ao detetar as buscas, o departamento de TI da empresa onde o marido de Michele trabalhava alertou o Departamento de Polícia do Condado de Suffolk, motivando uma investigação.
A reação das autoridades foi imediata. Segundo o relato de Michele, “três SUVs pretos” apareceram à porta da sua casa, e agentes questionaram o casal, claramente à procura de sinais de atividades ilegais. Nada suspeito foi encontrado, mas a experiência deixou o casal atónito e a refletir sobre as fronteiras entre segurança e privacidade.
Posteriormente, a polícia do Condado de Suffolk emitiu um comunicado, explicando que as investigações foram iniciadas com base na denúncia de um ex-funcionário da empresa, que identificou as buscas como potencialmente perigosas.
Este episódio lança luz sobre a monitorização constante a que todos estamos sujeitos. Embora as autoridades argumentem que a vigilância serve para garantir a segurança pública, casos como o de Michele Catalano sugerem que, por vezes, as linhas entre prevenção e invasão de privacidade tornam-se bastante ténues.
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