As duas maiores câmaras do país não prometem surpresas nas eleições do próximo dia 26. Todas as projeções não deixam margem para dúvidas quanto à reeleição de Fernando Medina e Rui Moreira, em Lisboa e Porto. Mas noutras autarquias, como Almada e Coimbra, ambas socialistas, a luta está renhida e espera-se suspense até ao fim. Dois riscos para o PS, mais um: é que na Figueira da Foz o PS pode perder para o independente Santana Lopes. Se a CDU procura recuperar as autarquias perdidas em 2017, o PS quer manter a maioria de câmaras. Já o PSD joga tudo: não pode repetir o desaire eleitoral de há quatro anos.
Na capital, Medina lidera em todas as sondagens, mas com diferenças assinaláveis entre elas. O atual presidente da Câmara – que se recandidata ao cargo – conta com 51% das intenções de voto, perto da maioria absoluta, segundo a mais recente sondagem da Aximage para o JN, DN, e TSF. Já o social-democrata Carlos Moedas, candidato da coligação Novos Tempos, não vai além dos 27%. A distância significativa, de 24 pontos, é semelhante à que projectava o primeiro inquérito da Intercampus para o jornal “Novo” em abril: Medina contava com 46,6% dos votos contra 25,7% do rival Moedas.
Porém, há outros números: a sondagem SIC/Expresso, divulgada a 22 de julho, apontou também para a vitória de Medina em Lisboa, mas bem menos expressiva: 42% das intenções de voto, mas sem maioria absoluta garantida, enquanto Carlos Moedas contava com 31% das intenções de voto (apenas 11 pontos de diferença). E há uma semana a TVI colocava os dois candidatos a apenas 7,2 pontos de diferença (Medina com 39,8% e Moedas com 32,6%).
Também a luta pelo terceiro lugar permanece em aberto: o candidato da CDU, João Ferreira, surge na terceira posição no estudo da Aximage com 9%, seguido de Beatriz Gomes, do Bloco de Esquerda (BE) com 4%. Empatados, em quinto lugar, estavam os candidatos da Iniciativa Liberal (IL), Bruno Horta Soares e Nuno Graciano, do Chega, com 2% de intenções de voto.
No pódio da sondagem SIC/Expresso estava, ao invés ainda a candidata Beatriz Gomes Dias, do Bloco, com 8%, à frente de João Ferreira, da CDU, com 6%. Já o Chega reúne 4% das intenções de voto, seguido do PAN e da Iniciativa Liberal com 3% e 2% respetivamente.
RUI MOREIRA ‘IMUNE’ AO CASO SELMINHO
Na Invicta, este é o retrato da última sondagem: a sondagem da TVI, realizada pela Pitagórica, coloca Rui Moreira com uma vantagem de 37 pontos sobre o segundo candidato, o socialista Tiago Barbosa Ribeiro, chegando aos 52,8%.
Na penúltima, a diferença é ainda maior: o independente Rui Moreira conta com 59% das preferências dos inquiridos, ficando a 47 pontos do PS e do PSD, segundo o inquérito da Aximage para o JN, DN, e TSF. Já o socialista Tiago Barbosa Ribeiro e o social-democrata Vladimiro Feliz surgem empatados, com 12%. Na terceira posição, a candidata da CDU Ilda Figueiredo com 6%; seguida do Sérgio Aires, do BE, com 4% e Bebiana Cunha, com 2%. O candidato do Chega, António Fonseca, fica-se pelo 1%.
A sondagem SIC/Expresso, publicada a 15 de julho, seguia na mesma linha – embora com diferenças sobretudo entre segundos e terceiros: também aponta para uma maioria absoluta do candidato independente, que se mostra imune ao caso Selminho, apesar de ir a julgamento suspeito do crime de prevaricação, mas ficando com 45% das intenções de voto – e destacando-se o socialista Tiago Barbosa Ribeiro na segunda posição, com 25% das intenções de voto, acima do social-democrata Vladimiro Feliz e da comunista Ilda Figueiredo, que não vão além de 8%. Sérgio Aires, do BE, recolhe por sua vez 5% das intenções de voto.
LUTA RENHIDA EM ALMADA E COIMBRA
Nas projeções de Almada, a variação é curta, com PS e CDU lado a lado. Na mais recente sondagem divulgada esta segunda-feira pela RTP e “Público”, Inês de Medeiros (PS) lidera a corrida com 33% das intenções de voto, enquanto Maria das Dores Meira (CDU) conta com 29% das intenções de voto. Sendo a margem de erro do inquérito de 3,9%, o empate também é possível.
O cenário é muito parecido ao que retratava a sondagem SIC/Expresso, divulgada a 15 de julho. PS e CDU em empate técnico em Almada, separados apenas por um ponto de distância, uma vez que a socialista Inês de Medeiros e a ex-autarca de Setúbal e candidata da CDU, Maria das Dores Meira, contam com 34% e 33% das intenções de voto, respetivamente.
Com 11% surgem Nuno Matias, candidato pela Coligação Almada Desenvolvida (PSD, CDS, Aliança, MPT, PPM) e Joana Mortágua, candidata do Bloco. Já Manuel Matias, do Chega, reúne 5% e o candidato ‘liberal’, Bruno Coimbra, não vai além de 3%.
Em Coimbra, a disputa também está apertada, com um empate entre o PS e a coligação liderada pelo PSD. O atual autarca socialista, Manuel Machado, conta com 33% das intenções de voto, enquanto o candidato da coligação entre o PSD, CDS, Somos Coimbra, Nós Cidadãos, PPM, VOLT, RIR e Aliança, José Manuel Silva, reúne 32% das intenções de voto.
Segue-se o candidato do Movimento Cidadãos Por Coimbra, Jorge Gouveia Monteiro e o candidato da CDU. Francisco Queiroz, com 12% e 7% das intenções de voto, respetivamente.
PS LIDERA NA AMADORA, SANTANA SURPREENDE NA FIGUEIRA
No concelho da Amadora, a socialista Carla Tavares deverá ser reeleita, apesar de a polémica candidata do PSD, Suzana Garcia, poder aumentar a votação no partido, segundo a sondagem Expresso/SIC. Carla Tavares – que tem maioria na câmara há duas décadas –, conta com 41% das intenções de voto, enquanto a advogada fica pelos 30%. Ainda assim, Suzana García deverá melhorar o resultado na Amadora, depois de há quatro anos a a votação na coligação PSD/CDS não ter ido além dos 18% no concelho.
Na Figueira da Foz, Santana Lopes poderá surpreender (ou não), ao reconquistar a autarquia quase 25 anos depois de ter sido eleito presidente daquela câmara. Segundo a projeção do ICS/ISCTE para Expresso e SIC, divulgada na semana passada, Santana reúne 47% das intenções de voto contra 35% do socialista João Monteiro, atual presidente de Câmara da Figueira. A fasquia está elevada e o ex-primeiro-ministro e ex-líder do Aliança poderá mesmo alcançar maioria absoluta na Figueira. Resta saber se a campanha vai ou não ajudar Santana.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso