O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) manifestou hoje preocupação com a falta de docentes nas escolas do Alentejo e do Algarve e denunciou que estes estabelecimentos de ensino precisam de pelo menos 235 professores.
“Os dados obtidos são bastante preocupantes, pois, após cinco semanas decorridas desde o início do ano letivo, há necessidade de, pelo menos, 235 docentes na área sindical do SPZS”, indicou a organização sindical, em comunicado enviado à agência Lusa.
Segundo este sindicato, os números sobre a falta de professores nas escolas das regiões alentejana e algarvia foram apurados na sequência de um questionário sobre os horários em falta pelo SPZS junto dos agrupamentos.
“Há 41 docentes em falta no distrito de Portalegre, 27 no distrito de Évora, 48 no distrito de Beja e 119 no distrito de Faro”, precisou a estrutura sindical, assinalando que ainda não obteve resposta da totalidade dos agrupamentos de escolas.
O SPZS frisou que a falta de professores “atravessa todos os ciclos de ensino”, mas “muito mais relevante no 3.º ciclo e secundário”, adiantando que no 1.º ciclo faltam 28 professores e no 2.º ciclo estão em falta 37 docentes.
“No 3.º ciclo e secundário há necessidade de 169 professores, principalmente nas disciplinas de Português, Inglês, Espanhol, História, Geografia, Matemática, Física e Química, Informática e Artes Visuais”, sublinhou.
Também “é notória” a falta de docentes da Educação Especial, advertiu o sindicato, revelando que “há muitos alunos com necessidades educativas especiais que não estão a receber o devido apoio” por parte do sistema de ensino.
Após uma análise dos dados, o SPZS disse ter concluído que “a maior parte dos horários são temporários e/ou incompletos, muitos deles decorrendo de baixas médicas dos docentes com idade mais avançada, o que os torna mais difíceis de ocupar”.
“Os professores evitam deslocar-se para muito longe da sua residência para trabalharem só algumas horas ou em muitos dos casos apenas um mês e receber, na generalidade dos casos, um salário equivalente ao ordenado mínimo ou ainda menos”, assinalou.
No comunicado, o Sindicato dos Professores da Zona Sul garantiu que “a falta de docentes não é uma mentira nem um embuste”, considerando que se trata de “um grave problema que o país está a atravessar desde há muitos anos”.
O SPZS defendeu que a falta de docentes poderá ser colmatada, entre outras, através do reforço de docentes nos quadros das escolas, da eliminação do abuso do recurso à contratação a termo e do reforço do cariz nacional dos concursos e da graduação profissional como critério de ordenação dos candidatos.