A minha Europa tem nomes próprios. Chama-se Nina, Matjas, Asta, Dan, Inge, Heike, Geoffrey, Raymund, Jorge, Gäetan, Marek, Miklos, Corinna, Roman, Diego, Laurentiu, Indre, entre muitos outros. São pessoas europeias como eu, amigos ou colegas de profissão que apenas vivem em sítios diferentes, hoje ainda sem fronteiras físicas apenas anotadas no mapa, excepto o Geoffrey que tem o Brexit à porta. Desde cedo construí uma vida virada para o mundo quando aos 23 anos constituí a minha primeira empresa, a Inpokulis Traduções. Juntava aqui neste projeto ainda tão jovem, todos os ingredientes que me fascinavam. As pessoas, as línguas, as culturas, as paisagens diferentes. Na verdade, o que no início via como tão diferente, as viagens e as regulares reuniões de trabalho em diferentes cidades europeias ao longo dos últimos vinte anos tornaram tão iguais. Somos tão diferentes mas tão iguais como o Nortenho é diferente do Algarvio ou do Madeirense. Circulamos tão naturalmente entre países como se estivéssemos em casa e é sem dúvida um privilégio ter uma vida tão recheada de experiências e pessoas como as que referi.
Relembro uma viagem de trabalho recente de 10 dias com 5 dias de trabalho em Bratislava e em que pisei literalmente 7 países. Saí de carro até Sevilha, fica aqui ao lado e foi num instante, apanhei um voo para Veneza, bela Itália. A Nina e o Matjas estavam à minha espera e em duas horas chegámos a Ljubljana, na Eslovénia onde passei o fim-de-semana com eles. Tínhamos uma reunião de trabalho em Bratislava, na Eslováquia, e na segunda-feira de manhã metemos-nos a caminho. Parámos na Áustria para almoçar e uma hora depois estávamos no hotel em Bratislava. Entretanto chegaram todos os nossos colegas, ao todo representamos 23 países. Jantámos juntos e a seguir ao jantar resolvemos ir beber um copo a Viena de Áustria, enganámos-nos no caminho e entrámos Hungria a dentro. Volta para trás, e 30 minutos depois estamos à procura do bar. Bebemos um copo, pusemos as conversas em dia, e regressámos pois no dia a seguir tínhamos uma agenda intensa de trabalho a começar logo às 09h00. Vinte e três países sentados à volta da mesma mesa com assuntos comuns. Até sexta-feira o tempo voou, entre o trabalho e os momentos sociais e de lazer conduzidos pelo nosso anfitrião, o Stefan. A sexta-feira chega num ápice, é tempo de regressar. Paramos novamente na Áustria para comer qualquer coisa e seguimos em direção a Ljubljana. No dia seguinte apanhamos o voo para Istambul, uma viagem de fim de semana imprevista organizada pela empresa da Nina e do Matjas. Somos oito e o tempo está ótimo para o mês de Novembro. Aproveitámos todos os minutos em Istambul, e regressamos na segunda-feira de madrugada a Ljubljana, onde pegámos no carro e seguimos diretos para Veneza, para apanhar o voo para Sevilha e o carro até Faro.
Esta é a minha Europa e que não quero que se torne num sonho. A minha vida europeia intensificou-se em 2010, quando a crise “apertou” e foi necessário virar a minha empresa para a Europa e para o mundo e não depender maioritariamente do mercado português. Hoje temos clientes e fornecedores por todo o mundo, apoiamos-nos em momentos de crise como este que estamos a viver e partilhamos vitórias, sorrisos e alegrias quando nos encontramos fisicamente. Cresci enquanto pessoa, cresci enquanto empresária, aprendi imenso, aumentei a rede de segurança da minha empresa e tenho portas abertas em qualquer país da Europa para lá chegar num ápice assim me deixem passar sem fronteiras, barreiras e dificuldades. É esta a Europa em que quero continuar a viver e a que recomendo a quem tiver a oportunidade de o fazer.
Hoje vivemos uma crise sem precedentes, única na nossa história, que nos afasta de um abraço e nos atira para os ecrãs dos computadores e dos nossos telefones, estamos distantes mas próximos, e continuamos a acreditar que qualquer tempestade, por mais difícil que seja, é sempre seguida pela bonança e que voltaremos mais fortes e unidos. Temos feito coisas juntos, webinars sobre temas relevantes, partilhamos informações sobre as nossas empresas e sobre o estado do nosso país e, acima de tudo, mantemos-nos unidos por algo maior… a nossa forma de estar e viver (n)a Europa. Não nos revemos no afastamento, e vivemos o desafio atual como algo comum que nos afeta a todos, independentemente da nossa língua, cultura, religião, cor ou convicção política. A Europa pode e deve ser melhorada, os laços frágeis devem ser restaurados, e o poder económico não deve, nem pode continuar a ser o motor principal do coração europeu.
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