Nunca os turistas portugueses tinham ocupado tantas camas em alojamentos nacionais como no passado mês de agosto. O número de dormidas de residentes aumentou não só em relação a agosto de 2020, mas também face ao mesmo mês de 2019.
Em agosto, o mercado interno contribuiu com 4,2 milhões de dormidas, “o valor mensal mais elevado desde que há registos”, e que representa uma subida de 24,2% face ao ano anterior, escreve o Instituto Nacional de Estatística, na estimativa rápida da Atividade Turística lançada esta quinta-feira, 30 de setembro. Comparando com agosto de 2019, observa-se um crescimento de 22,6% nas dormidas de residentes.
No que toca aos mercados externos, estes cresceram 94,5% e totalizaram 3,3 milhões de dormidas em agosto, o que representa uma diminuição de 46,9% em relação ao mesmo período de 2019.
Entre janeiro e agosto de 2021, as dormidas de residentes representaram 59,3% do total, significativamente acima da quota verificada em 2019 (30,4% do total). Aumentaram em todas as regiões, com destaque para as evoluções registadas na Madeira (117,6%), Açores (99,2%) e Algarve (38,9%).
Nos primeiros oito meses do ano, verificou-se um aumento de 11,8% das dormidas totais, resultante de variações de 29,1% nos residentes e de menos 6,4% nos não residentes. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas diminuíram 58,4% (-18,9% nos residentes e -75,6% nos não residentes).
MAIS HÓSPEDES E DORMIDAS, MAS AQUÉM DE 2019
Em agosto de 2021, o setor do alojamento turístico registou 2,5 milhões de hóspedes e 7,5 milhões de dormidas, refletindo-se em crescimentos de 35,6% e 47,6%, respetivamente – inferiores aos 60,4% e 73,0% de julho. Mas face ao mês de agosto de 2019, os hóspedes registaram um decréscimo de 23,6% e as dormidas diminuíram 22,1%.
A hotelaria e o alojamento local ficaram praticamente taco-a-taco na evolução. As dormidas nestes estabelecimentos subiram, respetivamente, 49,7% e 47,9%. Isto, embora a hotelaria tenha um peso de mais de 80% na oferta, e o alojamento local ocupe apenas uma fatia de cerca de 13% do total.
Ainda assim, cerca de 16,5% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes em agosto.
POLACOS, BELGAS, SUÍÇOS E IRLANDESES DE OLHO EM PORTUGAL
Em agosto, o mercado espanhol representou 20,9% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se os mercados francês (quota de 17,7%), britânico (14,4%) e alemão (7,6%). Mas os maiores crescimentos, nos primeiros oito meses de 2021, registaram-se nos mercados polaco (147,9%), belga (56,4%), suíço (49,7%), irlandês (40,1%), francês (26,3%) e espanhol (9,6%), enquanto os restantes principais mercados registaram decréscimo.
AÇORES DÃO O SALTO, LISBOA FICA PARA TRÁS
O Algarve concentrou 36,7% das dormidas em agosto, seguindo-se a Área Metropolitana de Lisboa (15,7%), o Norte (15,2%) e o Centro (12,2%). Já no horizonte dos primeiros oito meses do ano, registaram-se diminuições no número de dormidas em Lisboa (-9,9%), enquanto as restantes regiões apresentaram crescimentos, com realce para a evolução apresentada pelos Açores, de 95%.
Notícia exclusiva do parceiro do jornal Postal do Algarve: Expresso