Os dados são do último inquérito mensal da AHRESP – Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal: em março, 49% das empresas do sector registaram quebras de faturação acima dos 90% e, na restauração, 52% têm a atividade totalmente encerrada.
“No mês em que se assinalou um ano completo de pandemia COVID-19 em Portugal, as empresas da restauração e similares e do alojamento turístico atravessam o seu período mais difícil de sempre”, diz a associação em comunicado divulgado esta quarta-feira com a radiografia feita a um dos sectores mais afetados pela pandemia.
Na restauração, “como consequência da forte redução da faturação, 14% das empresas não conseguiram efetuar pagamento dos salários e outras 14% só o fez parcialmente”, relata a AHRESP, sem esquecer que 29% pondera avançar para a insolvência uma vez que as receitas não permitem suportar os encargos decorrentes do normal funcionamento da sua atividade.
Mais: 43% das empresas de restauração já efetuaram despedimentos desde o início da pandemia e 16% reduziram os postos de trabalho em mais de 50%. Há ainda 8% a afirmar que não vai conseguir manter todos os empregos até ao fim de junho.
No caso do alojamento turístico, há 29 % das empresas com atividade suspensa, 49% sem qualquer ocupação em março, 28% com ocupação até 10% e 38% à espera de uma taxa de ocupação de nível zero em abril.
Neste sector, 17% pondera avançar para a insolvência e 27% não conseguiu pagar salários em março, enquanto 6% fez apenas pagamentos parciais.
Relativamente ao emprego, 28% já efetuou despedimentos desde o início da pandemia e, em 38% dos casos a redução foi superior a 50% dos postos de trabalho a cargo.
Assim, diz a AHRESP, “apesar dos contributos positivos que o desconfinamento confere, os números deste inquérito mostram, uma vez mais, que é absolutamente necessário robustecer os apoios às empresas, e disponibilizar incentivos ao consumo”.
PEDIDOS URGENTES
No âmbito das medidas de apoio à liquidez, à capitalização e de proteção do emprego, a associação recomenda reforço dos apoios a fundo perdido para a tesouraria das empresas, reforço da dotação do programa APOIAR RENDAS, prorrogação das Moratórias Bancárias, planos de Amortização a Longo Prazo, aplicação temporária da taxa reduzida de IVA nos serviços de alimentação e bebidas, disponibilização de apoios para empresas recentes, apoios para empresas com quebras de faturação iguais ou superiores a 15%.
Nas medidas de Apoio à Capitalização, fala do fundo de Capitalização de Empresas, enquanto o pacote de Apoio ao Emprego deve passar pela continuidade do Lay Off Simplificado até ao final do ano 2021, Redução para 2 Escalões no Apoio à Retoma Progressiva e publicação da regulamentação do novo Incentivo Extraordinário e do Apoio Simplificado.
Para o Apoio ao Funcionamento, a AHRESP fala de uma Campanha de Dinamização do Consumo, mecanismo único de acesso aos apoios; e contratualização de organismos intermédios para apoio às empresas.
“É vital que estas medidas sejam efetivamente implementadas, e que as tesourarias das empresas do alojamento turístico e da restauração e similares sejam reforçadas no imediato. Só assim será possível garantir a sustentabilidade destas atividades económicas, que têm um papel determinante na recuperação económica do nosso país”, conclui a esta estrutura associativa.
Notícia exclusiva do nosso parceiro Expresso