O PSD de Castro Marim retirou a confiança política a Francisco Amaral, o ex-autarca de Alcoutim e actual presidente da Câmara de Castro Marim que ganhou para o partido a autarquia, substituindo o presidente com mandatos esgotados José Estevens, que concorreu nessa altura à Câmara de Tavira onde perdeu.
Segundo o PSD castro-marinenese, “em virtude da famigerada lei da limitação dos presidentes dos órgãos executivos das autarquias a não cumprirem mais de três mandatos consecutivos, o Partido Social Democrata de Castro Marim viu-se impedido de poder recandidatar, em 2013, o militante José Fernandes Estevens a mais um mandato à frente da Câmara Municipal de Castro Marim”.
É este o mote do comunicado da estrutura laranja local para ditar a perda de confiança política num dos autarcas do PSD/Algarve com maior reconhecimento junto das populações do extremo leste do Sotavento algarvio.
“Confrontado com este condicionamento legal, o PSD/Castro Marim acreditou que podia confiar a missão de continuar a revolução tranquila e decisiva para o futuro do concelho de Castro Marim iniciada em 1998 por José Estevens, a Francisco Amaral. Este militante social democrata, impedido de se recandidatar à câmara a que presidia, tinha como créditos o facto de ser autarca no vizinho concelho de Alcoutim há vinte anos, a que somava a circunstância de ser médico”, continua o comunicado.
“Com três anos cumpridos por Francisco Amaral à frente dos destinos da vida municipal de Castro Marim, o Partido Social Democrata sente-se defraudado nas legítimas expectativas criadas e traído na confiança depositada no decano dos presidentes de câmara portugueses, para continuar a construir um concelho mais rico e mais próspero, onde todos os castro-marinenses sem exceção aspirem a uma vida melhor!”, reforça a estrutura concelhia do PSD.
Distanciamento e repulsa face ao partido apontada como uma das razões para ‘puxar o tapete’ ao autarca
“Desde que tomou posse como presidente da câmara, o militante do PSD Francisco Amaral adoptou uma atitude de distanciamento e repulsa para com o PSD de Castro Marim, escusando-se a dialogar e a cooperar com o partido pelo qual se candidatou e que sempre o apoiou”.
O PSD de Castro Marim acusa Amaral de “inoperância do actual executivo municipal” e de mandar “literalmente às urtigas o programa eleitoral que, os castro-marineneses, maioritariamente, sufragaram nas urnas em 2013″.
Concluindo que “ficou posto em causa o projeto autárquico politicamente sério que vinha sendo realizado, alicerçado no crescimento económico e alavancado num conjunto de instrumentos do ordenamento do território (leia-se Planos de Pormenor e de Urbanização), no desenvolvimento social e numa aposta clara de valorização dos patrimónios do concelho e na afirmação da marca Castro Marim”.
Autarca acusado de acção nefasta aos comandos da autarquia e de saneamento político de militantes do partido
“Mas a acção nefasta de Francisco Amaral não fica por aqui”, diz o PSD, e esclarece: “o actual presidente da câmara é o responsável pelos primeiros saneamentos políticos verificados no concelho de Castro Marim em 42 anos de democracia. A exoneração de cargos e funções de influentes dirigentes do PSD, que levianamente acusou de incompetentes ou a nomeação da presidente da Junta de Freguesia de Altura, em Novembro de 2015, eleita nas listas do Partido Socialista, para adjunta do seu gabinete, garantindo a maioria dos votos na Assembleia Municipal, que os castro-marinenses lhe recusaram nas urnas”.
Entrevistas do autarca na mira do PSD
“Finalmente e à falta de argumentos credíveis para explicar a ausência de uma linha de rumo para o concelho, capaz de dar esperança e transmitir confiança ao povo castromarinense”, diz o partido, “Francisco Amaral concede entrevistas a órgãos de comunicação com o propósito de acabrunhar o legado autárquico que recebeu do seu antecessor e abocanhar os militantes do Partido Social Democrata de Castro Marim”.
“É pois com sentimento de profunda mágoa e grande desalento que o PSD de Castro Marim, na defesa dos valores e dos princípios que norteiam a sua acção política em prol da comunidade castro-marinense, retira a confiança política ao Presidente da Câmara Municipal de Castro Marim, sob pena do partido ser politicamente devorado nas eleições autárquicas, já em 2017”, remata a concelhia social democrata.