O projeto ALGACYCLE, liderado pela empresa algarvia Necton, uma das mais antigas empresas produtoras de microalgas da EU, foi pensado como uma forma de desenvolver produtos sustentáveis para aquacultura e agricultura, a partir de um recurso considerado como um desperdício – a água de drenagem – num conceito de economia circular.
“O ALGACYCLE foi financiado através da EEA Norway Grants em quase 500.000 euros e tem como objetivo principal utilizar a água de drenagem de estufas hidropónicas como meio de cultura para a produção de microalgas, uma vez que esta água apresenta os nutrientes necessários para o crescimento das mesmas. Desta forma, cria-se valor e resolve-se um problema ao mesmo tempo: produzem-se microalgas de maneira mais económica e sustentável, poupando em água e nutrientes; e removem-se nutrientes em excesso presentes na água de drenagem”, explica a Necton em comunicado.
O projeto começou com a otimização do crescimento de microalgas em água de drenagem, fornecida pela Hubel Verde, à escala laboratorial na Universidade do Algarve. Depois, passou-se ao crescimento de microalgas e consequente tratamento da água numa escala piloto e industrial, nas instalações da Necton – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, S.A., empresa que lidera o projeto.
A biomassa obtida de maneira mais sustentável já foi testada em produtos para aquacultura, como um substituto de ingredientes não-sustentáveis como a soja e a farinha de peixe, e será ainda testada em produtos para agricultura, como biofertilizantes ou bioestimulantes, substituindo assim fertilizantes de sintetização industrial. Para tal, é essencial o contributo dos restantes parceiros do projeto: a Hubel Verde, empresa algarvia dedicada à agricultura; Hubel Engenharia e Sustentabilidade, empresa de engenharia tecnológica e automação; a Universidade Nord da Noruega; e o instituto NIBIO, também da Noruega.
O ALGACYCLE está altamente alinhado com diversas estratégias da União Europeia, como a Estratégia de Bioeconomia Circular que visa fornecer processos de produção ambientalmente sustentáveis que satisfaçam necessidades relacionadas com a alimentação – e ainda com a redução da demanda atual de fertilizantes e pesticidas de origem química, até 2030.
O projeto conta com a participação da Necton S.A. (promotor), Universidade do Algarve, Hubel Verde, Hubel Engenharia, assim como da Noruega através da Nord University e NIBIO.