Questão:
“Qual é o vosso entendimento quanto aos produtos à base de cálcio?”
A DECO responde…
As evidências científicas sobre os eventuais benefícios e segurança dos produtos à base de cálcio necessitam de ser mais desenvolvidas. Os seus efeitos adversos têm de ser investigados. Nalgumas pessoas podem causar problemas cardiovasculares e gastrointestinais, pedra nos rins e prisão de ventre. Os doentes renais só os podem usar com acompanhamento médico.
Ao contrário do que a publicidade dá a entender, nem todas as pessoas necessitam de complementar a alimentação com cálcio. Além disso, a sua eficácia para a população em geral está em debate. Um artigo recente publicado no British Medical Journal defende que a suplementação com cálcio traz poucos benefícios e que esta não deve ser recomendada para a prevenção de fracturas ósseas na população em geral. Há outros estudos que apontam na mesma direcção. Portanto, ingerir cálcio sem acompanhamento médico pode comportar mais riscos que benefícios reais.
Em Outubro, denunciámos a publicidade televisiva massiva que estava a ser feita aos suplementos ou produtos à base de cálcio. Comunicámos os nossos receios ao Infarmed e às Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos. Como a saúde dos consumidores está em causa, sugerimos que estes anúncios fossem obrigados a ter um aviso sobre os possíveis efeitos adversos, assim como menções cientificamente corretas à eficácia real e conselhos sobre a necessidade de consultar um profissional de saúde antes de tomá-los.
Para evitar abusos e promover um uso racional deste tipo de produtos, exigimos que os suplementos alimentares ofereçam maiores garantias aos consumidores:
– a substância activa utilizada tem de ser eficaz no que é anunciado;
– ter um folheto informativo com posologia, efeitos adversos, entre outras informações;
– adoptar boas práticas harmonizadas de fabrico e qualidade dos suplementos alimentares;
– seguir as regras aplicáveis à publicidade em saúde.