A primeira fase do desassoreamento da Foz do Guadiana deverá estar concluída em Janeiro, depois de esta semana a Agência Pública de Portos da Andaluzia ter adjudicado a obra, informou a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve.
Em comunicado, a CCDR/Algarve adianta que a intervenção, orçada em 723 mil euros e a cargo de uma empresa espanhola, permitirá que a foz do rio recupere uma profundidade mínima de 3,5 metros, permitindo, assim, a navegação em segurança das embarcações desportivas e pesqueiras.
“Está prevista a dragagem de uma zona de 1.250 metros de comprimento por 60 metros de largura e estima-se que, para atingir esse objectivo, seja necessário retirar cerca de 55 mil metros cúbicos de sedimentos do fundo do rio”, lê-se no comunicado, que esclarece que a realização da obra corresponde à primeira fase do projecto “Navegabilidade do Guadiana”.
Dragagem do rio Guadiana é uma pretensão antiga das autoridades locais
O procedimento acontece na sequência do memorando de entendimento sobre o desassoreamento da foz do Guadiana, assinado em Lisboa, no passado mês de Março entre o Governo Português e a Junta de Andaluzia.
A dragagem da barra do rio Guadiana é uma pretensão antiga das autoridades locais, sendo que o documento assinado reconhece a competência da Consejería de Fomento y Vivienda da Junta da Andaluzia para conduzir o processo de dragagem da barra do rio que faz fronteira entre Portugal e Espanha.
A CCDR referiu ainda que as autoridades dos dois países alteraram ainda a candidatura a um projecto do Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal “para garantir a execução da obra e o co-financiamento europeu”.
O material extraído ao abrigo da intervenção vai ser utilizado para realimentar as praias da proximidade, com o excedente a ser depositado no alto mar.
O presidente da CCDR/Algarve, David Santos, tem sido um dos principais defensores das potencialidades turísticas e económicas do Baixo Guadiana e da dragagem do rio, tendo chegado a anunciar que as obras deveriam avançar em 2013.
Contudo, essa pretensão foi sendo bloqueada por questões administrativas entre os dois países, ultrapassadas com o memorando assinado em Março, que agora deverá ser concretizado no terreno.
(Agência Lusa)