A instalação no início deste ano junto à rotunda de acesso à recta da ponte da Praia de Faro de um painel electrónico para controlo do número de veículos à procura de estacionamento na zona interior da praia podia ser uma óptima ajuda para quem procura a zona balnear mais concorrida do concelho de Faro.
Essa era a expectativa de um sistema que prometia informar os condutores do número de carros entrados na Praia de Faro em cada momento de forma automaticamente actualizada, permitindo avaliar face aos cerca de 2.500 lugares de estacionamento disponíveis (1.012 públicos e cerca de 400 privados).
Mas apesar do painel se encontrar instalado não funciona e assim a opção dos automobilistas passa por estacionarem os carros no parque exterior ou por tentarem a sua sorte no caos do infindável número de veículos que buscam um lugar para parquear na praia.
Filas intermináveis que podiam bem ser evitadas
Com a prometida nova ponte ainda por ser construída, uma das obras finais a cargo do Programa Polis litoral Ria Formosa, o acesso à Praia de Faro continua a fazer-se pela velhinha ponte com uma única via de trânsito.
A situação condiciona fortemente o acesso e gera grandes filas de trânsito, que como o POSTAL testemunhou na passada semana podem facilmente chegar aos 45 minutos de espera para entrar na praia, e o não funcionamento do painel informativo em nada ajuda ao problema.
Os condutores continuam, face à falta de informação adequada, a tentar entrar na praia e descobrir um precioso lugar para o carro.
Uma situação que a Sociedade Polis Litoral Ria Formosa bem poderia evitar colocando em funcionamento o sistema de controlo de entrada de viaturas e o painel, uma vez que é esta entidade a responsável actual pelo equipamento e a única com capacidade para o colocar em funcionamento.
Câmara de Faro aguarda transferência do controlo sobre as obras do programa Polis já concluídas para a sua alçada
Ao POSTAL o presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, esclareceu que a autarquia não pode colocar em funcionamento o sistema e o painel informativo, uma vez que a sua gestão não lhe foi entregue pela Sociedade Polis.
O autarca esclarece, aliás, que “a transferência de competências sobre a gestão das obras realizadas pela Polis na Praia de Faro está dependente de uma auditoria aos trabalhos que a Câmara está a realizar para se certificar de que os trabalhos realizados estão completos”.
Recorde-se que por exemplo no passadiço da Praia de Faro as luminárias foram roubadas durante o Inverno e não foram substituídas.
“Não posso, nem devo, receber obras que passam a ser responsabilidade da Câmara sem ter certeza de que o que está feito corresponde aos cadernos de encargos dos projectos e de que se encontram em condições e em pleno funcionamento”, diz o presidente.
A Câmara recebeu uma minuta de protocolo de transferência da propriedade das obras em causa, mas só assinará a mesma verificada a conformidade dos trabalhos que neste momento, pelo menos relativamente ao passadiço, não existe.
Para Rogério Bacalhau, que afirma “não saber se além do painel o software necessário ao funcionamento do sistema existe ou não e se está em condições de funcionar”, a questão é clara, a Câmara só receberá as obras quando verificada a conformidade com os projectos e até lá a Sociedade Polis é a responsável pelo funcionamento e manutenção do sistema informativo.