O movimento ‘#ProjectOpenAir’ propõe, através da plataforma ‘vent2life.eu’ criada recentemente, recuperar e colocar à disposição do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ventiladores inativos nos hospitais, aumentando assim a capacidade de resposta à pandemia de Covid-19.
“Os hospitais vão poder registar-se, dizer que equipamentos têm e os problemas sentidos. Alguns certamente vão poder ter uma resposta imediata dos engenheiros e universidades que estão a colaborar com o projeto, outros obrigarão a fabricação de peças ou à presença de técnicos especializados”, disse à Lusa João Nascimento, empresário e empreendedor que lançou a iniciativa na rede social Twitter.
A plataforma ‘vent2life.eu’ pretende recuperar e voltar a colocar no ativo nos hospitais portugueses 200 ventiladores até aqui avariados ou inativos.
“Se todos os hospitais, dentro do seu tempo muito limitado, se registarem, vamos conseguir colocá-los em contacto com quem os pode ajudar”, garante João Nascimento, que revela ainda que a plataforma vai ser lançada inicialmente apenas em Portugal, mas em breve será global, “podendo a sugestão de arranjos de avarias ser seguida por outros países”.
A plataforma ‘vent2life.eu’ conta com a colaboração da Ordem dos Engenheiros Portugueses, do Instituto Superior de Engenharia do Porto e da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Também a faculdade de Medicina da Universidade Nova se juntou à iniciativa, mobilizando as escolas médicas portuguesas para apoiarem no contacto mais eficaz com as administrações hospitalares.
João Nascimento disse que a reparação dos ventiladores pode ser conseguida em poucos dias, mesmo nos casos mais difíceis, e que estes poderão estar disponíveis e operacionais a tempo do previsível pico da pandemia em Portugal, estimado para 14 de abril.
“Era essa a ideia. Independentemente de estarmos a explorar outras ideias para a produção massiva de ventiladores, tínhamos que ter uma solução imediata e esta foi a que nos pareceu mais exequível”, conta João Nascimento, que revela que a ideia surgiu depois de um email que a equipa recebeu de um hospital do Algarve a pedir ajuda com uma das máquinas que tinham e à qual faltava uma peça.