Os passes dos transportes rodoviários e ferroviários de todo o Algarve vão ter preços a partir de 14 euros até um máximo de 40, numa decisão aprovada esta quinta-feira, dia 18, pela AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve. Esta medida significa, em alguns dos casos, uma redução superior a 80% no tarifário atualmente em vigor.
Com esta decisão, a AMAL vai investir anualmente mais de 600 mil euros, que serão entregues a nível de compensação às concessionárias envolvidas, reforçando o Programa de Apoio à Redução Tarifária e permitindo beneficiar os atuais e novos utilizadores dos transportes públicos no Algarve.
Jorge Botelho, presidente da AMAL disse ao POSTAL que “o objetivo da decisão é que nenhum passe social custe mais de 40 euros, seja no rodoviário ou no ferroviário, independentemente do circuito que as pessoas façam”.
“Neste momento há passes no Algarve que custam mais de 200 euros, que é, por exemplo, entre Vila Real de Santo António e Lagos. A partir do dia 1 de maio o valor máximo do passe será de 40 euros”.
O autarca referiu que o objetivo principal é “fomentar a procura, isto é, primeiro é dar condições às pessoas, baixando o preço para terem as respostas acertadas de procurarem os transportes públicos combatendo o uso de transporte individual e fazendo por desenvolver mais o incentivo à utilização de transportes públicos. Em seguida, queremos obviamente desafiar as concessionárias dos transportes públicos a criarem melhores condições de transporte, viaturas, porque seguramente vão ter mais pessoas”.
A AMAL, que funciona também como autoridade de transportes, dá assim um importante passo para o reforço dos transportes públicos no Algarve, contribuindo para a redução de automóveis na via pública e para uma melhoria da qualidade ambiental, sem esquecer a redução do ruído provocado pela circulação rodoviária.
No entanto, segundo avançou o presidente da AMAL ao POSTAL, “progressivamente irão abarcar os transportes urbanos de outras cidades, que só depende da entrada em vigor da aprovação dos contratos de delegações de competências para a AMAL que acontecerá seguramente até ao mês de junho, com efeitos a 1 de julho. Só depende da velocidade das câmaras de aprovarem as delegações de competências para a AMAL para serem englobadas no acordo”.
Segundo Jorge Botelho, “o acordo engloba, até ao momento, a CP, EVA, Frota Azul e os transportes urbanos de Faro (Próximo) e até junho teremos seguramente Lagos, Portimão, Loulé, Albufeira, Olhão, Tavira e todos os outros concelhos porque a ideia é combinar o intermunicipal com o municipal, o urbano”.
“Nós estamos a trabalhar nisto desde que o governo anunciou o plano de redução tarifária para as áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto. A partir daí dissemos ao governo que queriamos entrar nisto como área metropolitana de transportes e o Governo já nos transferiu 924 mil euros, que será o valor que nós iremos pagar em compensação às concessionárias e a partir daí temos todas as condições para podermos trabalhar neste sentido”, acrescentou o presidente da AMAL.
Esta medida é, portanto, “um incentivo para que as pessoas andem mais de transportes públicos, pois existirá uma redução substancial dos preços”.
Quanto ao passe intermodal, Jorge Botelho referiu ao POSTAL que “esperemos que o passe intermodal seja uma realidade do próximo ano. Estamos a negociar com as concessionárias para permitir que o mesmo passe sirva para transporte urbano, transporte rodoviário e ferroviário”.
Recorde-se que a AMAL está já a desenvolver um projeto de mobilidade urbana sustentável, o VAMUS, que olha em conjunto para os transportes particulares e públicos com vista a que, a médio e longo prazo, as deslocações dentro de ou entre cidades algarvias sejam mais eficientes, mais inclusivas e mais amigas do ambiente.
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(Stefanie Palma / Henrique Dias Freire)