A Assembleia da República aprovou esta sexta-feira um voto de pesar apresentado pelo Chega pela morte do escritor Tito Olívio Henriques e outro do BE pelo falecimento do teólogo peruano Gustavo Gutiérrez Merino.
O texto do Chega, aprovado por unanimidade, lamenta a morte a 19 de outubro de Tito Olívio Henriques, natural de Vila Nova de Covelo (Viseu), mas residente no Algarve desde 1960.
“Evidenciou-se pela sua vasta obra literária e pelo seu envolvimento ativo na promoção da cultura, tendo consolidado, ao longo da sua vida, uma importante carreira literária”, refere o voto, destacando ainda cargos que exerceu como de vereador da Câmara Municipal de Faro, secretário da delegação de Faro da Cruz Vermelha Portuguesa ou presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de Faro.
Pelo seu empenho em causas sociais, foi agraciado com a Medalha de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa e com a Medalha de Ouro de Mérito da Câmara Municipal de Faro.
Já o voto do Bloco de Esquerda, aprovado igualmente por unanimidade, recorda Gustavo Gutiérrez Merino, que faleceu no dia 22 de outubro, como nome cimeiro da Teologia da Libertação.
Nascido em Lima em 1928, Gutiérrez teve uma formação universitária multidisciplinar, com foco na Filosofia e Psicologia. Ordenado padre em 1959, os seus estudos em Teologia levaram-no ao Instituto Católico de Paris e às universidades Gregoriana de Roma e Católica de Lyon, onde se doutorou.
“A sua obra Teologia da Libertação: perspetivas, de 1971, constitui uma referência seminal de um entendimento da Teologia católica como brotando não da erudição do teólogo mas da prática das comunidades cristãs comprometidas com uma libertação dos mais pobres assente na transformação das estruturas de exploração e opressão”, destaca o texto.
Através do voto esta sexta-feira aprovado, o parlamento português “exprime o seu profundo pesar pela morte de Gustavo Gutiérrez e manifesta a crentes e não crentes que veem nele um exemplo de serviço aos pobres a sua solidariedade.”.
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