O Hospital de Santa Cruz (Centro Hospitalar Lisboa Ocidental) implantou, na passada segunda-feira, pela primeira vez em Portugal, o pacemaker mais pequeno do mundo, tornando-se assim um dos centros pioneiros a disponibilizar o novo dispositivo aos doentes.
De acordo com o professor Pedro Adragão, coordenador da Unidade de Arritmologia de Intervenção do Hospital de Santa Cruz, “este primeiro implante marca uma nova etapa no tratamento das arritmias cardíacas, já que ao contrário do pacemaker convencional, este novo dispositivo é implantado directamente no coração através de um procedimento minimamente invasivo, sem necessidade de colocação de cabos – eléctrodos, os quais são os principais responsáveis pelas complicações a longo prazo”.
“Outra das vantagens desta cápsula cardíaca é o facto de não ser necessária uma incisão cirúrgica no peito, eliminando assim qualquer sinal visível do pacemaker e reduzindo o risco de infecções e tempo de recuperação dos doentes”, esclarece o especialista.
A nova cápsula cardíaca mede apenas 2,5 cm – um décimo do tamanho de um pacemaker convencional – e é colocada no coração através de um cateter inserido na veia femoral.
“Uma vez colocado, o mini dispositivo fica preso à parede do coração, podendo ser reposicionado, caso seja necessário. Seguro às paredes do coração através de pequenos ganchos, este mini dispositivo cardíaco fornece impulsos eléctricos que estabelecem o ritmo cardíaco através de um pequeno eléctrodo colocado na sua extremidade”, refere fonte daquela unidade hospitalar.
Apesar do seu tamanho reduzido, o novo dispositivo tem uma bateria que dura, em média, dez anos. O dispositivo responde aos níveis de actividade do doente, ajustando-se automaticamente a cada pessoa, permitindo ainda que os seus portadores tenham acesso aos meios de diagnóstico mais avançados, uma vez que é compatível com ressonância magnética.
A colocação de um pacemaker é o método mais utilizado para o tratamento da bradicardia, uma perturbação do ritmo cardíaco caracterizada por um batimento lento. Estima-se que exista mais de um milhão de pessoas portadoras de pacemakers em todo o mundo.