A dor é o principal sintoma que leva o doente a um reumatologista, sendo igualmente uma causa fundamental de perda de qualidade de vida do doente e da sua auto-estima e um factor importante de agravamento de qualquer outra doença de que sofra.
A causa mais frequente de dor crónica é a osteoartrose – representa 34 por cento das causas mais comuns identificadas pelos doentes, ou seja, é muito mais frequente a dor crónica por doença reumática do que, por exemplo, por cancro ou por outro tipo de situação.
No entanto, apesar da prevalência da dor, de acordo com o EPIDOR [Estudio Epidemiológico del Dolor en Reumatología en España], da Sociedade Espanhola de Reumatologia, que observou 1150 doentes reumáticos naquele país, cerca de metade não se encontrava satisfeita com o seu tratamento.
Num estudo recente, no qual fui investigador, verificou-se também que um elevado número de doentes com doença osteoarticular, apesar de tratado, continuava com dor e com incapacidade. O alívio inadequado da dor mostrou ter impacto na diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doença renal e depressão.
Como a doença osteoarticular ainda não tem cura, o seu tratamento deve incidir no alívio da dor no doente. O tratamento deve ser holístico e não focar apenas o local da dor.
A dor osteoarticular é um dos temas em destaque no Fórum Futuro 2016, uma iniciativa formativa promovida pela Grünenthal, que decorre em Lisboa, nos próximos dias 18 e 19 de Junho.
Este tema foi escolhido pela Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP) para assinalar o Ano Mundial Contra a Dor. Durante este ano serão desenvolvidas, em todo o mundo, várias iniciativas dedicadas a este tema, para doentes e profissionais de saúde.
* Director do Serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta, Almada