A apreensão de mais de 12 milhões de medicamentos falsificados com um valor superior a 46 milhões de euros, foi o resultado da operação internacional “Pangea IX” de combate a medicamentos ilícitos, divulgou hoje o INFARMED. Durante a operação internacional foram detidas 393 pessoas.
Segundo a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde/INFARMED, a operação internacional foi coordenada pela Interpol e pelo Organização Mundial das Alfândegas e nas acções desenvolvidas pelas entidades portuguesas (INFARMED e Autoridade Tributária/AT) foram controladas 8751 encomendas, das quais 82 foram apreendidas durante a semana – entre 30 de Maio e 7 de Junho – em que decorreu a operação.
Através do conjunto de encomendas apreendidas foi possível impedir a entrada em Portugal de 24.250 unidades de medicamentos ilegais com um valor estimado de cerca de 82.440 euros, adianta o INFARMED, observando que apesar dos alertas, os portugueses continuam a comprometer gravemente a sua saúde ao adquirirem medicamentos pela internet em websites não autorizados.
Apreendidos medicamentos oncológicos, derivados do sangue e anti-infecciosos
Entre os medicamentos falsificados e ilegais apreendidos durante a operação, a nível mundial, encontram-se medicamentos oncológicos, medicamentos derivados do sangue e anti-infecciosos, entre outros.
A nível internacional, da operação resultaram 611 investigações, a suspensão de mais de 42 anúncios de produtos farmacêuticos ilícitos através de plataformas de redes sociais e foram encerrados 4938 websites.
A operação teve ainda como alvo algumas das principais áreas exploradas pelo crime organizado no tráfico ilegal de medicamentos e dispositivos médicos on-line como o registo de domínios ilegais, serviços de pagamento electrónico e sistemas e serviços de entrega postal.
Segundo a Interpol, através da estreita colaboração entre as autoridades policiais, agências de saúde, empresas de Internet e de pagamentos electrónicos, a operação agora efetuada alcançou “progressos significativos na protecção dos consumidores inocentes, fechando farmácias online ilegais e apreendendo produtos farmacêuticos ilegais e falsificados”.
No seguimento da operação, o INFARMED alerta para os perigos de quem compra medicamentos fora dos canais licenciados e controlados pela Autoridade Nacional do Medicamento, correndo assim “riscos graves e desnecessários”.
O INFARMED indica os perigos, nomeadamente que os medicamentos podem ser falsificados ou contrafeitos, terem a composição alterada, estarem fora do prazo ou terem sido transportados sem quaisquer precauções. Como consequência, podem não fazer o efeito pretendido ou causar efeitos secundários inesperados.
“Muitos sites vendem medicamentos sem que haja a intervenção de um profissional de saúde, sem conhecerem a história clínica ou a existência de outras doenças, aumentando o risco para quem os toma. O medicamento encomendado pode não chegar a ser enviado ou ficar retido na alfândega. Alguns sites não garantem a confidencialidade dos dados pessoais” são outros riscos e perigos indicados pelo INFARMED.
(Agência Lusa)