Olhão vai a partir de agora ajudar ainda mais o país na recuperação do saldo comercial com a nova unidade fabril inaugurada ontem na cidade com maiores tradições na região neste sector.
A nova fábrica da empresa Freitas Mar representa um investimento de 5,5 milhões de euros e substituirá a antiga J. A. Pacheco, também propriedade do empresário José Freitas.
A infra-estrutura ajudará o país a manter o crescimento das exportações na rubrica das conservas de peixe da balança comercial nacional, que em 2012, segundo dados do Governo, registou um aumento de 29,16% no saldo entre saídas e entradas.
A somar a este facto, a nova instalação fabril consegue absorver todos os empregados fabris da velha unidade conserveira e ainda soma a criação de 30 novos postos de trabalho numa área profissional em que Olhão tem tradições firmadas.
Essencialmente virada para a exportação, a Freitas Mar foi inaugurada com a presença do secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, numa cerimónia para a qual não foram convidados os órgãos de comunicação social regional.
O governante – que assim viu, provavelmente, mais facilitada a fuga à contestação ao Governo que se tem feito ouvir um pouco por todos os sítios onde qualquer governante se desloca – acredita que “esta [a indústria conserveira] é uma área que tem futuro” e sublinha “os vários novos projectos de fábricas de conserva que estão aprovados”. A presença do membro do Governo de Passos Coelho elogiou assim, sem necessidade de acompanhamento ao som de Grândola Vila Morena, a capacidade empreendedora de José Freitas.
Governo investe no porto de pesca
Na carteira o secretário de Estado trazia a promessa de investir ainda este ano 250 mil euros em obras de manutenção do Porto de Olhão, visivelmente degradado de há anos a esta parte. Francisco Leal, presidente da Câmara local, quer ver a obra no terreno e sempre foi dizendo ao governante que olhasse pelos olhanenses e pelo porto da cidade que, fez questão de recordar, “não é alvo de qualquer investimento desde que foi inaugurado” e que, realça, “envergonha os olhanenses”.
Quanto à renovação da vedação do porto e da segurança da infra-estrutura, Manuel Pinto de Abreu diz não estarem ainda asseguradas as verbas necessárias, mas “pavimento, iluminação e portaria” entram já na primeira fase de obras, num quadro de investimento total que se pretende “atinja os 400 mil euros”.
Quatro mil toneladas ano
A Freitas Mar está desenhada para atingir as quatro mil toneladas/ano de produção de conservas e contou com financiamento público, dois milhões de euros, a par do investimento privado que foi em parte assegurado pelo recurso à banca.
Para Francisco Leal, que sempre manteve a aposta no mar como uma das formas de Olhão traçar o destino do desenvolvimento, esta é mais uma vitória em fecho de mandato, com o autarca a ver cumpridos vários projectos nas áreas que sempre desenhou como fundamentais para o crescimento da cidade e do concelho.