O número de pessoas apoiadas pelo Banco Alimentar Contra a Fome no Algarve registou um forte crescimento em 2014, ano em que foram apoiadas 23 mil, disse à Lusa o presidente local da instituição.
Segundo Nuno Alves, em Agosto do ano passado, o Banco Alimentar estava a apoiar na região um total de 15 mil pessoas, mas o número disparou, no final do ano, para 23 mil, quando em 2013 o número de pessoas apoiadas se cifrava em 16 mil.
Em 2014 foram distribuídas no Algarve 1.750 toneladas de alimentos, na maioria frutas e verduras (1.250 toneladas), um segmento em que a organização tem conseguido crescer, porque as pessoas com necessidades alimentares “não comem só massa com atum ou salsichas com arroz”, sublinhou aquele responsável.
“Temos procurado oferecer alimentos mais ricos nutricionalmente e mais adequados às necessidades das pessoas”, explicou Nuno Alves, acrescentando que a distribuição de verduras se iniciou no ano passado, pouco tempo depois de a organização se ter lançado na distribuição de pescado e pão.
Já a carne é um dos produtos que o Banco Alimentar do Algarve não tem conseguido garantir a quem necessita de apoio alimentar, já que não existem excedentes em quantidade suficiente e só surgem muito pontualmente, explicou.
Apoio pode ser concedido em dinheiro ou em produtos alimentares
O apoio ao Banco Alimentar do Algarve pode ser concedido em dinheiro ou em produtos alimentares, recolhidos nas campanhas nacionais promovidas em supermercados, mas que podem também ser entregues directamente na instituição, em Faro ou em Portimão.
A doação de produtos lácteos, para crianças até aos três anos, é das que mais têm aumentado nas duas campanhas anuais, tendo duplicado para três toneladas na mais recente campanha, realizada em Maio, comparativamente à mesma campanha do ano passado.
A organização tem também a campanha “Papel por alimentos”, que recolhe uma média de 500 toneladas de papel por ano, reforçando o apoio em cerca de 50 toneladas de alimentos secos.
No final de 2013 foi ainda lançado o projecto “Separar para alimentar”, que visa converter embalagens para reciclagem em alimentos para crianças até aos três anos e que permitiu recolher, em 2014, uma tonelada de alimentos.
Segundo Nuno Alves, o Banco Alimentar do Algarve está condicionado pela falta de instalações maiores, o que não permite aumentar a capacidade de recolha e armazenamento de produtos, que neste momento é de 2.000 toneladas por ano.
“Está a asfixiar o nosso trabalho e corremos o risco do Banco Alimentar não aumentar a sua capacidade de apoio, que podia chegar às 3.000 toneladas por ano”, concluiu.
Entre Maio de 2007, quando o Banco Alimentar do Algarve entrou em funcionamento, e Dezembro de 2014, a instituição recolheu e distribuiu 5.635 toneladas de alimentos, o que equivale a 11,27 milhões de refeições confeccionadas.
(Agência Lusa)