Uma vez por ano, a pacata aldeia de Cem Soldos, situada nos arredores de Tomar, transforma-se no palco de um dos festivais de verão mais singulares do país. Até 11 de agosto, Cem Soldos, conhecida por alguns como o “pequeno Tibete português”, volta a receber o Bons Sons, um evento que reúne 50 concertos de artistas nacionais, distribuídos por 10 palcos, numa celebração que envolve toda a comunidade, explica a Versa.
Este ano, o festival regressa após um ano de interregno, período aproveitado pela organização para realizar obras de renovação. Com uma história que remonta a 1192, no reinado de D. Sancho I, Cem Soldos é uma localidade marcada por um forte espírito comunitário, que se preserva até hoje. O nome da aldeia tem origem num destacamento militar de cerca de cem homens, que aí se estabeleceu, recebendo periodicamente “100 soldos” pelos seus serviços—a designação que resistiu ao longo dos séculos.
Durante quatro dias, o Bons Sons transforma Cem Soldos num autêntico oásis cultural. Palcos dispersos pelas ruas e praças, feiras de artesanato, jogos tradicionais, exposições de arte e outras atividades tomam conta da aldeia. Ao contrário do que se poderia esperar, os habitantes não se mostram incomodados com a invasão temporária. Pelo contrário, são eles os primeiros a abrir as portas de suas casas para acolher os festivaleiros, emprestando as suas varandas, terraços e janelas como espaços improváveis para os concertos.
É precisamente esta interação entre moradores e visitantes que faz do Bons Sons uma experiência única, mais do que um simples festival de música. Aqui, os visitantes não apenas assistem aos espetáculos, mas também se imergem no quotidiano da aldeia, partilhando momentos de convívio com os habitantes locais.
Este ano, o festival conta com um cartaz diversificado que inclui nomes como Cláudia Pascoal, Valete, Gisela João, Edmundo Inácio e The Legendary Tiger Man, prometendo mais uma edição memorável deste evento que já se tornou uma referência no panorama cultural português.
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