Nasceram em 2013 em Faro e têm um percurso recheado de altos e baixos. Nos seus concertos misturam histórias cantadas no estilo pop e rock e fazem os fãs pensarem nas suas canções de amores e desamores, com inconformismo e crítica. Apesar das dificuldades, a paixão continua a comandar o grupo musical.
Os “Mundopardo” são um grupo de 5 amigos que uniram o gosto comum pela música. A banda junta antigos elementos da Versus Tuna, da Universidade do Algarve. Fábio Silva, Luís Henrique, Paulo Franco, João Cardoso e Ricardo Silva são os nomes compõem o grupo. Ricardo Silva é o vocalista e confessa que se juntou aos amigos porque “precisava de alguma coisa para fazer para além do trabalho”.
As músicas são cantadas em português e fazem esta banda distanciar-se de outras. A voz do grupo refere que “hoje em dia, em Portugal já é muito visto bandas a tocarem em português, como o Diogo Piçarra, Carolina Deslandes e Agir”. O público parece estar mais disperto para a música portuguesa, mas a verdade é que muitas bandas com o mesmo estilo musical adotam a língua inglesa, onde também existe um reportório maior de músicas que podem servir de inspiração.
Aos poucos, o quinteto foi crescendo e “amadurecendo o seu estilo”, tal como dizem. Em 2014 editaram o primeiro álbum. Com o nome “A Pequena Metrópole”, destacam a “experiência interessante” que tiveram no decorrer das gravações e onde puderam perceber melhor o processo. Contentes com o resultado na altura, Ricardo Silva confessa que “hoje, reconhecemos muitos erros no disco”.
Os erros fazem parte da aprendizagem e os “Mundopardo” não desistiram de continuar a crescer. Em 2019 chegou o segundo álbum, “A Arte de Esquecer”. Gravada entre 2015 e 2018, esta produção é inspirada no “círculo da vida e na forma como todos os problemas da sociedade acabam por ser redundantes”.A luta contra o conformismo e a procura para a mudança são algumas das questões que são abordadas nas 10 músicas que compõem o álbum. Sobre o resultado deste trabalho, a banda mostra-se muito feliz e admite que houve uma superação em relação ao primeiro álbum.
A banda promovia “A Arte de Esquecer” quando a pandemia lhes alterou os planos
Ao longo de 7 anos de histórias, a verdade é que o crescimento de uma banda nem sempre é feito de forma exponencial. Ricardo Silva recorda que já tiveram concertos a tocar para apenas “duas ou três pessoas”, como também já houve concertos onde a sala estava cheia. É um caminho longo até ao reconhecimento e o trabalho nunca pode deixar de fazer parte desse percurso. Os “Mundopardo” já participaram num concurso de bandas universitárias, que os levou a tocar no Hard Rock Café em Lisboa. Além disso, já foram reconhecidos pela Rua FM.
A banda promovia “A Arte de Esquecer” quando a pandemia chegou e lhes alterou os planos. Com eles, todos os artistas viram atuações canceladas e a impossibilidade de subir ao palco. Neste momento, “não há perspetivas para o futuro”, mas os “Mundopardo” confessam-se ansiosos para voltar aos concertos. Só Luís Henrique é que vive da música, é músico de profissão, mas, ainda assim “tem outros projetos”. Esta foi uma “paixão que ficou em suspenso” e que está à espera de melhores dias para acordar novamente.
Certamente, se tivéssemos “a arte de esquecer”, iríamos passar uma borracha nos últimos meses que Portugal e o mundo estão a viver. Mas isso não é possível e, apesar da incerteza, os sonhos prosseguem. Os “Mundopardo” querem atingir o reconhecimento nacional e tocar em muitas rádios. É um objetivo a longo prazo, para já. No entanto, é importante não o esquecer, para ter forças para aguentar os dias difíceis que virão com a crise economia e a possível falta de concertos.
Para estes 5 amigos, a paixão continua e a ansiedade de voltar supera todas as incertezas que vivemos. Quando ‘isto acalmar’, como dizem os populares, procure os “Mundopardo” num palco perto de si.