O motorista do autocarro cujo despiste, quarta-feira, na A22, provocou três mortos e 31 feridos está na empresa desde 1990 e não tinha registo de acidentes, até ao momento, disse o administrador da EVA Transportes.
Segundo Carlos Osório Gomes, administrador da empresa que detém a Frota Azul Algarve, a empresa vai abrir um processo interno para averiguar as causas do acidente e aguardar pela conclusão do inquérito desencadeado pelas autoridades.
Em declarações realizadas ontem, aquele responsável acrescentou que a empresa ainda não tinha conseguido falar com o motorista, de 53 anos, que esteve a ser assistido durante a noite, e que vai aguardar que o seu estado de saúde seja avaliado, ao nível médico e psicológico, para tomar uma decisão.
Carlos Osório Gomes falava à margem de uma conferência de imprensa realizada na Câmara de Albufeira, após um “briefing” que reuniu o embaixador da Holanda em Portugal e responsáveis regionais da Saúde, Turismo e Protecção Civil.
Embaixador Holandês agradece organização e profissionalismo das autoridades
Na ocasião, o embaixador holandês, Govert de Vroe, aproveitou para agradecer às autoridades e forças de socorro a organização e profissionalismo com que a operação foi dirigida.
O diplomata afirmou ainda que as autoridades holandesas vão aguardar pelos resultados do inquérito ao acidente desencadeado pelas autoridades portuguesas, mas manifestou a sua disponibilidade para participar nas investigações.
“É um motorista que entrou na empresa em 1990, tem 53 anos, tem vasta experiência neste tipo de serviços, e que não tem registo de acidentes ao longo da sua carreira que tenham significado”, afirmou Carlos Osório Gomes.
Questionado sobre as causas que poderão ter estado na origem do acidente, o administrador da EVA Transportes, proprietária da empresa Frota Azul Algarve, à qual o autocarro acidentado pertencia, disse que não quer “estar a tirar conclusões” sobre um sinistro “muito recente”.
“Ainda é muito recente e temos que efectivamente ser cautelosos no apuramento das causas do acidente”, respondeu, sublinhando que não tem “informação oficial” sobre um má disposição do condutor ter causado o despiste do autocarro, como chegou a circular no local do acidente na madrugada passada.
Osório Gomes anunciou também que a empresa vai abrir um inquérito interno às causas do acidente e que o motorista terá de ser avaliado antes de ser tomada uma decisão sobre um eventual regresso ao trabalho.
“Ainda não sabemos bem como ele está, é tudo muito recente, ele também esteve no hospital a receber algum tipo de acompanhamento e portanto só há pouco tempo saiu do hospital e ainda é muito cedo para avaliar o impacto psicológico que possa ter havido. Vamos naturalmente sujeitá-lo a um aconselhamento médico da empresa para saber se está em condições de regressar ao trabalho”, afirmou.
Agência Lusa