A psicóloga forense Susana Monteiro considerou, em declarações à SIC Notícias, que o sistema português de protecção de menores nem sempre salvaguarda os superiores interesses das crianças.
Susana Monteiro não só acredita que o sistema de protecção de menores tem fragilidades, como defende que os procedimentos têm que ser mais rápidos e mais agilizados.
“O nosso sistema (…) tem, de facto, fragilidades e leva um tempo que não é o tempo das crianças”, disse Susana Monteiro, acrescentando que “as crianças precisam muitas vezes de uma resposta mais célere, imediata”.
A psicóloga forence considerou ainda que a legislação portuguesa tem “alguns aspetos preversos”: fala-se muito “no interesse superior da criança”, em pôr sempre em primeiro lugar o bem-estar e o desenvolvimento harmonioso da criança, no entanto, “há também outros princípios de atuação, como a prevalência da família“.

O tempo que decorreu entre a sinalização da criança e o desfecho deste caso mostra as falhas que existem no sistema, já que deveria ter existido “uma decisão mais conciliadora e que efetivamente salvaguardasse o desenvolvimento harmonioso da criança”, disse ainda.
“Mas mais que estarmos a apontar os problemas, é preciso ver como é que daqui se vai para as soluções, para que não se repitam casos tão tristes como este”, concluiu.
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