Militante do PSD desde a sua fundação, Álvaro Barreto foi ministro em seis governos – e à frente de várias pastas diferentes. A primeira logo em 1978, comandando a pasta da Indústria e Tecnologia, no Governo Provisório que foi liderado por Mota Pinto durante breves meses. Voltou ao cargo depois nos anos 80, nos governos de Sá Carneiro (Indústria), Pinto Balsemão (Integração Europeia), no Bloco Central (Comércio e Turismo, primeiro, e depois Agricultura) e nos governos de Cavaco Silva (Agricultura e Pescas). Acabou por voltar a ser ministro mais tarde, no consulado de seis meses de Santana Lopes, aí com título de ministro de Estado, da Economia e do Trabalho, avança o Expresso.
Sendo um dos históricos do PSD (PPD, na época da fundação), Álvaro Barreto tornou-se numa figura de proa do partido, daquelas a quem muitos dos sucessivos líderes recorriam para procurar dar credibilidade às suas equipas – no Governo ou fora dele. Apesar de tudo isto, foi muito mais vezes ministro do que deputado, cargo que ocupou depois de sair do Governo de Cavaco Silva e até 2004, tendo sido presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros. Foi também, entre 2002 e 2004, deputado na Assembleia Municipal de Lisboa.
Mesmo depois de sair da vida política ativa, Barreto continuou a escolher os seus candidatos. O último apoio declarado por ele foi a Santana Lopes, na batalha interna que acabaria por levar à eleição de Rui Rio, em 2017.
Mas Barreto, o político, acabou por nunca se desligar do mundo dos negócios – desde antes do 25 de abril. Do seu currículo, com a marca de engenheiro civil que começou a carreira no grupo CUF, constam empresas como a Lisnave, a TAP (a que presidiu), a Soporcel (idem), a Tejo Energia, Nutrinveste, Sonae, Portugália e Millenium BCP, entre muitas outras.
Enquanto isso, foi ainda membro de várias instituições e fundações, desde a Fundação Bissaya-Barreto, Fundação Batalha de Aljubarrota, conselho Geral da Universidade de Coimbra, Academia de Engenharia e Instituto Português de Corporate Governance.
Era comendador da Ordem de Mérito Industrial, título que lhe foi entregue ainda no anterior regime, em 1967, noticia o Expresso.
Notícia atualizada às 14h26
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