O líder do principal partido da oposição, Luís Montenegro, protagonizou uma entrevista à TVI/CNN Portugal esta segunda-feira à noite. De recordar que António Costa esteve no mesmo espaço na segunda-feira passada. Montenegro aproveitou o espaço que lhe foi concedido para criticar a política fiscal que tem sido conduzida pelo Governo de António Costa que levou a que, segundo as suas palavras, “temos impostos como nunca tivemos”.
O presidente do PSD referiu que “nós temos hoje contas certas, é verdade. Contas certas no sentido em que as contas estão equilibradas. Mas nós temos impostos como nunca tivemos, e um desinvestimento na área dos serviços públicos, nos últimos oito anos, como não tivemos sequer nos tempos em que tínhamos cá a Troika”.
A questão é se, como Montenegro, afirmou, Portugal tem atualmente a carga fiscal registada mais elevada.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou, em abril deste ano, o mais recente boletim de “Estatísticas das Receitas Fiscais“, “em 2022, a carga fiscal aumentou 14,9% em termos nominais, atingindo 87,1 mil milhões de euros, o que correspondeu a 36,4% do PIB (35,3% no ano anterior)”.
O aumento da receita fiscal foi na ordem dos 11,267 mil milhões de euros. Para tal contribuíram as, “receitas do IVA, do IRC, das contribuições sociais efetivas e do IRS, que cresceram 3,455 mil milhões de euros, 2,897 mil milhões de euros, 2,29 mil milhões de euros e 1,925 mil milhões de euros, respetivamente”.
Para concluir, “em 2022, todas as componentes da carga fiscal subiram, destacando-se a evolução dos impostos diretos (+24,1%). Os impostos indiretos aumentaram 12,2%, bem como as contribuições sociais efetivas (+10,2%)”.
Segundo o Polígrafo, “contas feitas, se em 2020 a carga fiscal em Portugal já tinha sido a mais elevada de sempre (35,2% do PIB), nos dois anos seguintes o recorde voltou a ser superado (35,3% em 2021 e 36,4% em 2022, respetivamente). Ou seja, concluímos que é verdade”, o que afirmou Luís Montenegro.
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