O espaço da antiga serração de Monchique vai dar lugar, a partir do próximo Verão, a um espaço multiusos que servirá todos os eventos e feiras do concelho ao longo do ano.
A Câmara de Monchique adquiriu, no final do mês de Agosto, o espaço que até à data era cedido à autarquia a título de empréstimo por parte dos proprietários, bem como a zona envolvente, delimitada pelo cemitério, Estrada Nacional 266 e Bairro da Força Aérea.
“A necessidade de termos um espaço próprio para realizar eventos todo o ano sem ter que os fazer num lugar improvisado já se arrastava há muitos anos”, disse ao POSTAL o presidente da Câmara de Monchique, Rui André, que considera este um investimento “muito importante” para o concelho, quando há mais de duas décadas é “despendido muito dinheiro no aluguer de tendas, que já dava para ter construído três ou quatro pavilhões”, refere.
A compra do espaço custou à autarquia 350 mil euros, valor ao qual se juntará cerca de meio milhão de euros para a reabilitação da área e construção de novo pavilhão, “cuja área rondará os 3 mil metros quadrados” e que trará “melhores condições aos visitantes”, afirma Rui André.
“Vamos tentar adaptar e aproveitar ao máximo o que está lá, uma vez que se trata de um espaço fabril que tem algumas condições, e a prova disso é que já temos feito lá alguns eventos”, garante o autarca.
No entanto, a construção de um espaço multiusos não é a única finalidade do investimento. “A ideia é, na parte de cima onde ainda existe uma fábrica, que está dotada de todos os equipamentos e maquinarias, transformá-la num espaço museológico e de divulgação do importante trabalho de transformações de madeira feitos ao longo dos anos no concelho de Monchique”, explica o presidente.
Para além de museológico, Rui André pretende que o espaço seja de “incentivo aos mais jovens, empreendedores e investidores” que queiram voltar a usar a madeira e a transformá-la.
O edil considera que “seria importante encontrar parcerias com universidades e outras entidades de ensino para que se possa desenvolver uma espécie de startups na área da criatividade”, o que “vai depois fomentar a que apareçam empresas a transformar a matéria-prima”, perspectiva.
Este é um investimento na indústria que antigamente foi responsável por gerar “muitos postos de trabalho”, a apontar ao futuro do concelho de Monchique, que “precisa de aumentar a empregabilidade”, diz Rui André, garantindo que está “a trabalhar nesse sentido”.
O projecto está a ser elaborado neste momento e a escritura será feita até ao início de Dezembro.
(Com Henrique Dias Freire)