A Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim vai construir uma unidade de cuidados a pessoas com Alzheimer ou outras demências para responder ao surgimento de cada vez mais casos de doenças degenerativas neurológicas, disse à Lusa o seu provedor.
A obra da nova unidade, que segundo os promotores do projeto será a primeira do género a sul do Tejo, a instalar num edifício próximo do lar da Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Castro Marim “pode começar em junho ou julho”, precisou o provedor daquela Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), José Cabrita.
“As razões que levaram a SCM a avançar para este lar foi o facto de cada vez serem mais as pessoas com demência – e notamos isso aqui no lar da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim –, e de considerarmos que o nosso lar não tem capacidade de tratar pessoas nestas circunstâncias”, justificou aquele responsável.
José Cabrita considerou que os atuais funcionários do lar da terceira idade “têm preparação” para lidar com doentes com problemas degenerativos neurológicos ou demências e antecipou a necessidade de “formar trabalhadores para depois prestarem serviço” na nova unidade.
“Por isso, entendemos que devíamos tentar fazer esta obra e construir um lar para doentes de Alzheimer e outras demências”, acrescentou, sublinhando que ”o crescimento do número de pessoas afetadas por estas doenças nota-se em todo o país” e os cuidados específicos para estas pessoas “já fazem falta”.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Castro Marim, concelho do distrito de Faro muito afetado pelo envelhecimento populacional e desertificação do território, considerou que, “do [rio] Tejo para baixo, esta será “a primeira unidade deste género” a ser construída e irá dar apoio a “pessoas do concelho, do Algarve ou do país”, contando “com capacidade para 80 pessoas”.
“A obra vai custar cerca de quatro milhões de euros, sendo 1,2 milhões provenientes de fundos comunitários do [programa de apoio regional] Algarve2020. A Câmara entrará com 25% e o restante será custeado através de um empréstimo bancário, que já foi concedido pelo Banco Montepio à Santa Casa”, adiantou.
A mesma fonte esclareceu que o concurso para escolher o empreiteiro “está a decorrer” e que “termina a 10 de março”, estimando que “lá para o mês de junho, princípios de julho” se possa iniciar a obra.
Questionado sobre quando poderá estar concluída, José Cabrita respondeu que “o prazo de execução é de 18 meses”.
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