Mantém a tua comida simples, as tuas roupas simples, os teus actos e pensamentos, tudo simples, muito simples! Mantém a vida toda simples!
Vai para casa pelo caminho mais bonito, mesmo que seja o mais longo; abraça quando te apetecer abraçar; ouve música, cantarola; acorda cedo só pelo prazer de estar desperto mais tempo; vai à tasca beber minis; almoça uma sandes à janela e ri-te: é tão simples!
Pode parecer complicado manter uma vida simples, mas não! É simples. Volta às bases, manda o superficial às urtigas. Entende o que é fundamental e o que podes deixar de carregar como um fardo. Fica longe das religiões e une-te à fé. Manda a fome de poder para o espaço e sente o poder invadir-te.
Dá um pontapé à ganância e torna-te abundante. Sorri, ri, ignora, não ligues. Passa por cima do que não importa e depois anda na natureza de pés descalços.
Sê simples. Chora com simplicidade, sente saudades sem dor, vive as dores sem desespero, da mais simples das maneiras.
Experimenta tomar banho num rio, iluminar-te com velas, fazer castelos com nuvens, dizer “amo-te” quando o sentes.
Experimenta. Sê simples numa vida simples e de caminho, se por acaso te sentires divino, é porque o exercício da simplicidade te ensinou a chegar à mais complexa sublimação.