É como se um íman estivesse no centro da Terra, que atua como um dínamo gigante, que se mantém em constante movimento devido à rotação da Terra. Os pólos magnéticos estão deslocados relativamente aos pólos geográficos que representam o eixo de rotação.
Os pólos magnéticos vão variando de posição ao longo do tempo. Em 2001, o pólo norte magnético, estava localizado a cerca de 80.7º de latitude norte e a 109.4º de longitude oeste, no nordeste do Canadá. Para o leitor ter uma ideia, ficava a cerca de 1200 km do pólo norte geográfico. Mas, estando em constante movimento, os cientistas conseguiram determinar que o pólo norte magnético se desloca entre 34 a 37 milhas por ano (cerca de 62 a 68 km por ano). Em 2012 está-se a movimentar em direção à Rússia, a 40 milhas por ano, muito para além do território ártico canadiano, na localização aproximada de 85.9º de latitude norte e 147º de longitude oeste. Já o pólo sul magnético, em 2012, está localizado, aproximadamente, a 64.4º de latitude sul e a 137.1º de longitude este. O eixo que une os dois pólos magnéticos tem um ângulo de cerca de 11,3 graus em relação ao eixo de rotação da Terra.
A zona de influência deste campo magnético denomina-se magnetosfera e é a região do planeta que se estende até cerca de 25 500 quilómetros para o lado do sol, ou seja, a uma distância correspondente a cerca de 4 raios terrestres. A magnetocauda, que é a parte da magnetosfera que se situa no lado oposto ao do sol, tem uma dimensão de 10 a 1000 raios terrestres.
A maior parte da radiação das partículas energéticas que vem do sol, no denominado vento solar, podiam ser mortais, no entanto, são capturadas e desviadas pelo campo magnético da Terra e ficam, muitas vezes, em movimento rápido no seu interior, nas duas regiões em forma de donut, chamadas cinturas de Van Allen.
Muitas vezes, estes efeitos visuais podem ser observados entre os meses de fevereiro e abril e em setembro e outubro, em regiões perto do pólo norte, num fenómeno chamado aurora boreal, ou no pólo sul, na aurora austral.
Texto escrito por Ivone Fachada no âmbito do projeto Ciência@Bragança e agora disponibilizado para o projeto “Cultura, Ciência e Tecnologia” da Associação Portuguesa de Imprensa
Ivone Fachada: Tem pós-graduação em História da Ciência e Educação em Ciências pela Universidade de Aveiro e Universidade de Coimbra (frequência de um doutoramento interdisciplinar). Mestre em Gestão e Conservação da Natureza pela Universidade dos Açores. Licenciada em Engenharia Florestal pelo Instituto Politécnico de Bragança. Membro da ScicomPt – National Science Communicators Network, fazendo parte da Direcção desta Associação entre outubro de 2017 e maio de 2020. Formadora de professores, credenciada pelo Conselho Científico e Pedagógico de Educação Continuada nos domínios: “A64- Ciências Ambientais” e “D08 – Educação Ambiental”. Autor ou co-autor de mais de trinta artigos em jornais, conferências e capítulos de livros.