O Município de Loulé é parceiro líder do projecto europeu “Vital Cities”. Na semana passada dez municípios da Europa reuniram-se na cidade inglesa de Birmingham para marcar o arranque deste projecto, com uma série de actividades, entre as quais workshops, apresentações por parte dos gestores do projecto, visitas ao terreno e partilha de experiências entre os envolvidos.
Para além de Loulé, representantes de Burgas (Bulgária), Cracóvia (Polónia), Budapeste (Hungria), Birmingham (Inglaterra), Vestfold County (Noruega), Rieti (Itália), Usti Nad Labem (República Checa), Liepaja (Letónia) e Sibenik (Croácia) marcaram presença no arranque desta segunda fase (implementação) de um projecto que irá estender-se durante dois anos.
“Financiado pelo URBACT, um programa europeu de aprendizagem e troca de experiências na promoção do desenvolvimento urbano sustentável, ‘Vital Cities’ é um projecto que procura combater a exclusão social através da requalificação dos espaços em áreas residenciais, utilizando o poder e a linguagem comum do desporto por meio de acções urbanas inovadoras, equipamentos físicos diversos e prestação de serviços melhor organizados e pensados para responder às necessidades da comunidade”, explica a Câmara de Loulé em comunicado de imprensa.
“Um estilo de vida activo contribui positivamente para a coesão social, bem-estar geral e prosperidade económica das cidades e da sua comunidade. No entanto, nos dias que correm, as cidades vivem perante um grande desafio com graves consequências ao nível económico, social e de saúde pública: dramático aumento da frequência de doenças como resultado do estilo de vida sedentário e da exclusão social”, acrescenta.
Cidades europeias têm investido milhares na construção de grandes instalações desportivas
Para enfrentar estes desafios, as cidades a nível europeu têm investido milhares de euros nas últimas décadas, na construção e manutenção de grandes instalações desportivas. Estas estratégias têm sucesso limitado, para além dos elevados encargos financeiros no que concerne à manutenção destas infra-estruturas.
Tendo em conta este contexto, é necessária uma nova abordagem, no fundo, uma mudança do paradigma vigente: em vez de os cidadãos inactivos se deslocarem para as instalações desportivas, o próprio espaço deve ser transformado num local que coincide e permite a actividade física sem barreiras que limitem e inibam as pessoas. É vital criar oportunidades facilitadoras para a actividade física, oportunidades estas perto do local onde as pessoas vivem, ambientes seguros, limpos, ecológicos e sem barreiras, como por exemplo o horário de abertura e encerramento.
Os esforços para permitir e incentivar a actividade física exigem a participação e a cooperação de diversas partes interessadas.
Nesse sentido, a grande expectativa é tornar o desporto acessível a toda a população, através da realização de eventos desportivos e culturais, da promoção de espaços informais na cidade, do investimento em novas tecnologias, a fim de facilitar a comunicação com a população, ou do aumento do número de espaços públicos com acesso gratuito à internet. O envolvimento dos moradores de áreas deprimidas em actividades desportivas é, igualmente, um desafio para Loulé, abrindo “as portas” das referidas áreas à comunidade através da criação de espaços públicos e instalações desportivas (espaços abertos, seguros e sem restrições de horários).
De salientar, que este projecto começou a desenvolver-se em Novembro de 2015, aquando de uma reunião, em Loulé, com o núcleo inicial de parceiros das “Vital Cities”, e encontra-se agora numa fase determinante da sua implementação.