Os livros de Matemática de Paula Pinto Pereira, a ‘professora’ que lecionou durante 30 anos numa escola da Margem Sul com certificados de habilitações falsificados, continuam a ser utilizados por alunos do 11.º e 12.º anos e permanecem disponíveis nas livrarias. Segundo uma reportagem da CNN Portugal, citada pelo Executive Digest, apesar de Paula Pinto Pereira ter sido despedida e acusada de burla qualificada pelo Ministério da Educação, a editora responsável pelos manuais, Raiz Editora, afirma que os livros mantêm a sua validade.
A editora explica que os manuais e os cadernos de atividades foram submetidos a uma revisão científica rigorosa, o que garante a qualidade e precisão dos seus conteúdos. “Os dois manuais escolares de Matemática referidos foram alvo de revisão científica, pelo que a qualidade e o rigor dos seus conteúdos foram certificados e sempre estiveram salvaguardados”, assegurou a editora.
Paula Pinto Pereira conseguiu entrar para os quadros definitivos da carreira docente em 2002 e, ao longo dos anos, ascendeu ao 10.º escalão, o mais elevado na profissão de professor, com um salário líquido superior a 2 mil euros por mês. No entanto, a sua carreira foi manchada quando a Inspeção-Geral da Educação e Ciência descobriu que os seus certificados de bacharelato, licenciatura e mestrado eram falsos.
O relatório da inspeção revela que Paula Pinto Pereira conseguiu enganar o Ministério da Educação durante décadas, beneficiando de uma carreira estável e de rendimentos elevados graças às suas qualificações fraudulentas. Após a descoberta, foi instaurado um processo disciplinar que resultou na sua demissão da Escola Secundária Daniel Sampaio, na Sobreda da Caparica, onde lecionava.
Agora, o Ministério da Educação, liderado por Fernando Alexandre, está a exigir em tribunal a devolução de cerca de 350 mil euros em salários que a ‘professora’ terá recebido de forma indevida ao longo dos anos.
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